Uma recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada em 26 de dezembro de 2025, trouxe um retrato claro e impactante do cenário político brasileiro. Os números revelam uma mudança significativa na autodeclaração ideológica da população, com o campo da direita assumindo uma posição de vantagem expressiva.
Os números que definem o novo cenário político
O estudo do Datafolha apresenta dados que vão além de uma simples fotografia eleitoral. Eles mostram como os brasileiros se veem no espectro político. 46% dos entrevistados se colocam na soma da direita (35%) e do centro-direita (11%). Em contrapartida, do outro lado do espectro, 29% se declaram como sendo de esquerda (22%) ou centro-esquerda (7%).
O centro político aparece com 17% das menções, enquanto 8% dos consultados não souberam ou não quiseram responder. A diferença é gritante: existe uma vantagem de 17 pontos percentuais para o campo da direita sobre o da esquerda na autoidentificação dos cidadãos.
O que os dados significam na prática?
Traduzindo esses percentuais para a realidade do país e do cenário em Brasília, a pesquisa indica que, atualmente, mais pessoas afirmam pensar de forma alinhada a figuras como Flávio Bolsonaro do que com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É crucial notar que essa identificação não se converte, automaticamente, em voto. Lula, conforme outras pesquisas eleitorais, continua sendo um forte favorito para uma eventual disputa.
No entanto, o levantamento aponta para outras dimensões importantes do jogo político. Ele reflete o clima, a linguagem predominante e a agenda que encontra maior ressonância social. Os números sugerem um país onde o discurso conservador possui um lastro social mais amplo do que o discurso progressista, um dado considerado por muitos analistas como uma surpresa no atual contexto.
O aviso para o governo e o horizonte de 2026
Para o governo federal, a pesquisa funciona como um alerta. Governar sob a premissa de que o Brasil é majoritariamente de esquerda significa ignorar o reflexo mostrado pelo espelho da opinião pública. E esse espelho, alerta a análise, cedo ou tarde cobra seu preço.
O ano de 2026, com suas eleições, aparece no horizonte. Embora possa não ser o ano de uma derrota presidencial para o campo governista, a pesquisa do Datafolha ressalta que outras eleições acontecerão no país, em diversos níveis, e o clima político identificado agora certamente influenciará esses pleitos. A forma como o governo gerencia sua agenda, considerando ou não esse novo panorama ideológico, será um fator determinante para o futuro próximo.
