Reforma do IR de Lira gera onda de críticas do setor privado — entenda o porquê
Críticas à reforma do IR de Lira: entenda o conflito

Parece que o presidente da Câmara, Arthur Lira, pisou em um vespeiro sem querer. A proposta de reforma do Imposto de Renda que ele apresentou — cheia de boas intenções, diga-se — virou alvo de uma enxurrada de críticas por parte do setor privado. E olha que não foram reclamações tímidas, não.

As principais entidades empresariais do país soltaram o verbo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, não economizou nas palavras: "Medida desequilibrada" e "impacto negativo" foram alguns dos termos usados. Já a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi direta ao ponto — a proposta, segundo eles, "prejudica a competitividade".

O que está pegando?

No centro da polêmica está a mudança nas alíquotas. O plano prevê aumento para faixas mais altas (acima de 5 salários mínimos), mas também mexe em benefícios fiscais que, segundo as empresas, são cruciais para o investimento. "É como tirar o escoramento antes da obra estar pronta", comparou um economista que preferiu não se identificar.

  • Redução de incentivos à inovação tecnológica
  • Mudança nas regras de compensação de prejuízos
  • Aumento da burocracia para pequenas empresas

Curiosamente, até quem poderia ser beneficiado — os assalariados de classe média — está com um pé atrás. "A conta não fecha", comentou uma analista financeira. "A médio prazo, pode significar menos empregos e investimentos."

O outro lado da moeda

Defensores da reforma argumentam que o sistema atual é injusto e precisa de ajustes. "Alguém tem que pagar a conta", disse um assessor parlamentar sob condição de anonimato. "A questão é distribuir o ônus de forma inteligente."

Mas convenhamos: quando tanto setor produtivo fala em uníssono, é bom prestar atenção. Ainda mais num momento em que a economia brasileira — que já não está lá essas coisas — pode sofrer novos solavancos.

E agora? O projeto segue em discussão, mas já nasce com mais adversários que torcedores. Resta saber se Lira conseguirá costurar um acordo ou se terá que voltar à prancheta. Uma coisa é certa: a briga promete esquentar nos próximos dias.