Brasil não deve entrar em guerra de tarifas com os EUA, alerta Casagrande
Casagrande: Brasil não deve retaliar tarifas dos EUA

Numa análise que mistura cautela com realismo econômico, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, soltou o verbo sobre um tema que tá tirando o sono de muita gente: a possibilidade de o Brasil entrar numa queda de braço tarifária com os Estados Unidos.

"É furada", dispara ele, sem rodeios. E explica: enquanto alguns defendem retaliações como resposta às recentes medidas americanas, Casagrande acha que o jogo é mais complexo. "Temos que ser espertos como cascavéis, mas sem dar o bote errado", compara, usando uma imagem bem brasileira.

Os números que preocupam

Só no último ano, o comércio entre Brasil e EUA movimentou bagatela de US$ 70 bilhões. Um rombo nisso? "Seria como atirar no próprio pé", comenta o governador, enquanto ajusta os óculos com aquele ar de quem já viu muita crise passar.

E não é só teoria. O ES, estado que ele comanda, exporta toneladas de café e celulose para os americanos. "Meu produtor rural não pode pagar o pato por briga de gente grande", diz, com a voz mista de político e administrador.

O caminho sugerido

  • Ampliar negociações bilaterais (sem histeria)
  • Diversificar mercados - "Não podemos colocar todos os ovos na cesta americana"
  • Investir em competitividade real, não em barreiras artificiais

Curioso notar como Casagrande, normalmente associado a pautas progressistas, aqui ecoa argumentos que fariam qualquer liberal dar tapinhas nas costas. "Economia não tem ideologia", provoca, "tem números."

E os próximos capítulos? O governador aposta que, com eleições americanas no horizonte, a retórica protecionista pode até esquentar. "Mas Brasil maduro sabe: tempestade passa. O importante é não afundar o barco tentando enfrentar onda com braçada."

No fim, fica a lição: em xadrez comercial, às vezes o melhor movimento é não mover peça alguma. Pelo menos não ainda.