
O clima entre Brasil e Estados Unidos aqueceu — e não no bom sentido. Numa carta contundente, o Itamaraty e o vice-presidente Geraldo Alckmin deixaram claro: aquela tarifa de 50% sobre produtos brasileiros? Inaceitável. E olha que não usaram exatamente essa palavra, mas a mensagem foi clara como água de coco no verão carioca.
"É como chegar num churrasco e alguém cobrar pelo prato que você trouxe", comentou um diplomata sob condição de anonimato. A comparação pode parecer boba, mas reflete o sentimento nos corredores do governo: perplexidade com a medida que, diga-se de passagem, pegou todo mundo de surpresa.
Os números que doem
Só no último ano, o comércio bilateral movimentou US$ 78 bilhões. Agora, setores estratégicos — do aço ao etanol — podem levar um golpe duro. Calcula-se que as perdas superem os US$ 2 bilhões só nos primeiros seis meses.
E não é só grana. Tem emprego, tem cadeia produtiva, tem aquela história toda que a gente conhece mas prefere não lembrar quando as coisas apertam.
O que o Brasil quer?
- Explicações detalhadas sobre os critérios da tarifa
- Mesa de negociação imediatamente
- Compensações para setores mais afetados
Curiosamente, até agora, silêncio do lado norte-americano. E olha que já se passaram 72 horas — tempo mais que suficiente pra responder um WhatsApp, quanto mais um comunicado oficial entre nações.
Enquanto isso, no Planalto, o clima é de "cautela otimista", como definiu um assessor. Otimista porque acreditam no diálogo; cautela porque... bem, você conhece a política internacional. Quando a esmola é demais, o santo desconfia.
PS: Alckmin, conhecido por seu estilo negociador, parece estar especialmente incomodado. Dizem que até soltou um "isso não vai ficar assim" durante reunião fechada. Fica o registro.