
A Polícia Federal marcou o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga possíveis irregularidades envolvendo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. O caso tem gerado grande repercussão no cenário político brasileiro.
Segundo fontes próximas ao processo, o depoimento está agendado para as próximas semanas e será realizado na sede da PF em Brasília. O objetivo é esclarecer eventuais conexões entre o ex-presidente e as ações em investigação.
O que está em jogo?
O inquérito do STF, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, analisa supostas interferências indevidas em órgãos públicos durante o governo Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro também é alvo da investigação, que apura possíveis crimes de advocacia administrativa e obstrução da Justiça.
Especialistas em Direito Constitucional afirmam que este pode ser um dos casos mais delicados envolvendo a família Bolsonaro desde o fim do mandato presidencial. "A convocação de um ex-presidente para depoimento sempre é um momento delicado para a democracia", comentou um jurista que preferiu não se identificar.
Reações políticas
Aliados de Bolsonaro já se manifestaram contra a convocação, classificando-a como "perseguição política". Por outro lado, parlamentares da oposição defendem que a investigação siga seu curso normal. "Ninguém está acima da lei", afirmou um senador da oposição.
O gabinete do ex-presidente informou que ele colaborará com as investigações, mas ressaltou que "não há fundamento para as acusações". Advogados de Bolsonaro já estão se preparando para o depoimento, que deve durar várias horas.
Este caso ocorre em meio a uma série de outros processos judiciais que envolvem o ex-presidente e sua família, marcando um período conturbado na política nacional.