
Eis que a Câmara dos Deputados decidiu cutucar a onça com vara curta. Nesta quarta (17), os parlamentares aprovaram — não sem polêmica — um projeto que afrouxa as regras do licenciamento ambiental no país. Agora, a bola está com o presidente Lula, que terá de decidir se sanciona ou veta a proposta.
O texto, que já passou pelo Senado, basicamente facilita a vida de grandes obras em áreas sensíveis. Estradas, hidrelétricas, portos... Tudo isso pode ganhar um atalho burocrático. Mas a que custo?
O que muda na prática?
Pela nova regra:
- Obras "estratégicas" terão processos mais rápidos
- Estudos de impacto ambiental poderão ser simplificados
- Algumas atividades ficam isentas de licença prévia
Os defensores — principalmente a bancada ruralista e setores da indústria — juram de pés juntos que isso vai "desemperrar" o desenvolvimento. Já ambientalistas torcem o nariz: "É um tiro no pé", disparou um representante do Greenpeace.
O dilema de Lula
O presidente agora está entre a cruz e a espada. De um lado, a pressão por crescimento econômico; de outro, as promessas ambientais feitas lá fora. Lembra daquele papo de desmatamento zero? Pois é...
Nos bastidores, o Planalto sinaliza que pode vetar alguns pontos. Mas ninguém aposta todas as fichas nisso. Afinal, 2026 está logo ali, e o governo precisa mostrar resultados concretos na economia.
Enquanto isso, os estados já começam a se mexer. Alguns, como Mato Grosso e Pará, praticamente esfregam as mãos com a possibilidade de novos projetos. Outros, como São Paulo, preferem cautela — sabe como é, não querem virar notícia internacional pelos motivos errados.