Galípolo nega pressão de Moraes sobre Master, mas evita nota pública
Presidente do BC nega pressão de Moraes, mas silencia publicamente

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, optou por não emitir uma nota oficial para esclarecer a natureza de seus diálogos com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada mesmo com o crescente debate público e político em torno do caso envolvendo o Banco Master.

Diálogos confirmados, mas sem interferência

De acordo com informações do site Poder360, Galípolo tem afirmado a interlocutores, em conversas reservadas, que manteve diversos contatos com o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, o presidente do BC sustenta que nunca sofreu qualquer tipo de pressão relacionada à situação do Banco Master.

Segundo a versão apresentada por Galípolo em off, os assuntos tratados foram variados. Uma parte relevante das conversas teria girado em torno da Lei Magnitsky, legislação dos Estados Unidos que prevê sanções a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos. O chefe da autoridade monetária nega categoricamente que Moraes tenha feito qualquer solicitação para evitar uma eventual intervenção ou liquidação do Banco Master.

Silêncio institucional em meio à tensão política

Apesar das negativas em caráter privado, a escolha de Galípolo de não se pronunciar publicamente mantém um ambiente de tensão e questionamentos em Brasília. A estratégia é interpretada em círculos políticos como uma tentativa de evitar a escalada de uma crise institucional entre o Banco Central e o Poder Judiciário.

O caso já motivou reações no Congresso Nacional, com senadores se manifestando publicamente e anunciando iniciativas para investigar contratos milionários. Os contratos em questão envolvem o escritório de advocacia da esposa do ministro Alexandre de Moraes e o Banco Master, aumentando ainda mais a pressão sobre o assunto.

Críticas e escrutínio público

A opção pelo silêncio oficial ocorre num momento em que o Banco Central está sob forte escrutínio público. A postura alimenta debates sobre transparência, governança e os limites da relação entre as altas cortes do Judiciário e a autoridade monetária independente.

Colunistas da grande imprensa também têm feito comentários contundentes sobre o caso, ampliando a repercussão midiática. A ausência de uma posição formal do BC deixa um vácuo que é preenchido por especulações e interpretações políticas, mantendo o tema na ordem do dia em um momento sensível para as instituições.