O tribunal de contas fez soar o veredito que ecoará por anos na política fluminense. Dois ex-governadores do Rio, figuras que um dia comandaram o estado, agora enfrentam as consequências de seus atos - e que consequências!
Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão, nomes que já ocuparam o Palácio Guanabara, foram atingidos por uma sentença que beira o inacreditável. A multa? Algo em torno de R$ 4,1 bilhões. Sim, bilhões - uma cifra que dá vertigem só de pensar.
O esquema que não conhecia limites
O que esses ex-governadores fizeram, você pergunta? A resposta é complexa e reveladora. Eles orquestraram um verdadeiro sistema de drenagem de recursos públicos, um esquema tão ousado que parece saído de roteiro de cinema.
O cerne da questão está na Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro - a Codin. Essa estatal, que deveria fomentar o desenvolvimento, transformou-se em caixa dois personalizado dos governos. Um desvio em escala industrial, para ser franco.
Os números que chocam
- Cabral responde sozinho por R$ 2,9 bilhões em multas
- Pezão herdou o problema e ampliou - deve R$ 1,2 bilhão
- Valores atualizados monetariamente desde os desvios originais
- Recursos que deveriam impulsionar a economia viraram moeda de troca
E pensar que tudo isso acontecia enquanto o estado enfrentava crises atrás de crises. Enquanto hospitais faltavam material básico e escolas precisavam de reformas, esses recursos sumiam como por encanto.
Uma sentença que marca posição
O ministro do Tribunal de Contas da União, Walton Alencar Rodrigues, não mediu palavras. Sua decisão foi taxativa: trata-se de "grave violação aos princípios da administração pública". E olha que isso é putting it mildly, como dizem os gringos.
O que mais choca não é apenas o volume - embora isso já seja assustador por si só. É a sistematicidade do esquema. Não foram deslizes pontuais, mas uma máquina bem oleada de desvio de dinheiro público.
O legado amargo
Cabral já cumpre pena por outros crimes - parece que a lista só aumenta. Pezão, que assumiu prometendo mudanças, acabou se enredando na mesma teia. Uma tragédia grega em versão carioca, com direito a queda em cadeia.
E a população? Essa continua pagando o pato, como sempre. Os recursos desviados fazem falta em todas as áreas - segurança, saúde, educação. O prejuízo é coletivo, enquanto os benefícios foram para poucos.
Reflexões sobre o caso
O que esse caso nos diz sobre nosso sistema político? Será que aprendemos alguma coisa com esses escândalos? Difícil dizer. O certo é que a conta chegou - e com juros altíssimos.
Enquanto isso, o Rio tenta se reerguer de crises sucessivas. Os ex-governadores enfrentam as consequências de seus atos. E a população... bem, a população espera que a justiça sirva de exemplo para futuros governantes.
Quem viver, verá. Mas uma coisa é certa: R$ 4 bilhões é um preço altíssimo para uma lição que, esperamos, não precise ser repetida.
