O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma nova intervenção cirúrgica nesta quinta-feira, 25 de dezembro de 2025, dia de Natal. A operação, realizada no Hospital DF Star, em Brasília, teve como objetivo corrigir uma hérnia inguinal bilateral, problema de saúde diagnosticado por seus médicos e confirmado em exame pericial.
Detalhes do procedimento e vigilância
Bolsonaro deu entrada na unidade hospitalar na manhã de quarta-feira, 24, para realizar todos os exames pré-operatórios necessários, incluindo avaliação cardiológica e de risco cirúrgico. De acordo com boletim médico divulgado pela instituição, o ex-presidente foi considerado apto para o procedimento.
A cirurgia, que teve duração estimada de quatro horas, começou por volta das 9h da manhã de quinta-feira e exigiu o uso de anestesia geral. Este é mais um dos vários procedimentos cirúrgicos pelos quais Bolsonaro passou desde o atentado a faca que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.
Condições especiais de custódia
Por estar condenado a 27 anos de prisão no processo relacionado à trama golpista e detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, a realização da cirurgia dependia de autorização judicial. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso, concedeu a permissão após pedido da defesa do ex-presidente.
Durante toda a internação, Bolsonaro permaneceu sob rigorosa vigilância. Agentes da Polícia Federal ficaram de plantão 24 horas por dia, com pelo menos dois policiais posicionados permanentemente na porta de seu quarto. As regras de segurança incluíam a proibição de visitantes levarem dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets ou computadores, para o ambiente hospitalar.
Regras para visitas da família
Inicialmente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou apenas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a visitar o paciente sem necessidade de solicitação prévia. Horas depois, a decisão foi estendida para incluir todos os filhos do ex-presidente: Flávio, Carlos, Jair Renan e Laura. Todos os visitantes foram orientados a respeitar os horários estabelecidos pelo hospital.
Antes da liberação das visitas, o filho Carlos Bolsonaro compareceu à porta do hospital e expressou insatisfação com a necessidade de autorização do STF. “Infelizmente, a gente depende da decisão de uma pessoa”, declarou, referindo-se ao ministro Moraes.
A situação ilustra as condições especiais sob as quais o ex-presidente cumpre sua pena, mesclando necessidades de saúde com os rigores da custódia judicial, em um caso que continua a atrair a atenção nacional.