Polícia pede mais 30 dias para investigar desvio de R$ 75 mi em Teresina
Investigação de desvios na gestão Dr. Pessoa continua

A Polícia Civil do Piauí anunciou que irá solicitar a prorrogação dos dois inquéritos que apuram um suposto esquema de desvio de verbas públicas durante a gestão do ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, entre os anos de 2021 e 2024.

Prazos e andamento das investigações

De acordo com o delegado Ferdinando Martins, titular do Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Deccor), a equipe necessita de mais 30 dias para analisar todo o material apreendido durante as operações. "O nosso trabalho está sendo analisar o material apreendido, os documentos e celulares que começaram a chegar semana passada. Na última sexta-feira (7) nós recebemos celulares e agora iremos analisar todo o material", explicou o delegado em entrevista à TV Clube.

Operação Gabinete de Ouro

A operação batizada de Gabinete de Ouro, deflagrada no dia 14 de outubro, investiga a movimentação de aproximadamente R$ 75 milhões em recursos públicos. Entre os principais alvos está Sol Pessoa, ex-chefe de gabinete da prefeitura de Teresina, descrita pela polícia como a "protagonista do grupo criminoso".

Segundo as investigações, Sol Pessoa era a pessoa que dialogava diretamente com fornecedores e com um empresário que fazia interlocução com terceirizados. "Ela tinha protagonismo dentro do trabalho. Ela centralizava os pagamentos, realocava terceirizados", afirmou o delegado Ferdinando Martins, coordenador do Deccor.

Além de Sol Pessoa, o empresário Marcus Almeida de Moura e outros dois ex-servidores chegaram a ser presos durante a operação, mas foram liberados após cinco dias de custódia.

Nova investigação: Operação Interpostos

Paralelamente à Operação Gabinete de Ouro, uma nova investigação denominada "Interpostos" mira alvos possivelmente ligados ao grupo liderado por Sol Pessoa. Entre os investigados estão dois ex-vereadores de Teresina que atuaram na gestão de Dr. Pessoa, além de Stanley Freire, ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC).

O delegado esclareceu que se trata de "uma só operação com várias equipes, mas com dois inquéritos envolvendo condutas criminosas praticadas durante a antiga gestão".

A investigação teve início a partir de um relatório de inteligência financeira enviado pelo COAF, que apontava movimentações vultosas realizadas por dois ex-parlamentares de Teresina. Conforme explicou a delegada Bernadete Santana, também do Deccor, "entre os anos de 2020 e 2023, um deles movimentou aproximadamente R$ 14 milhões, utilizando terceiros para dissimular a origem e a propriedade do dinheiro".

Durante as operações, a Polícia Civil cumpriu sete mandados de busca e apreensão, recolhendo documentos e celulares que agora serão minuciosamente analisicos pela equipe investigativa nos próximos 30 dias.