O governo israelense acusou publicamente o grupo Hamas de violar os termos do cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza. A alegação surge após a detonação de um artefato explosivo que atingiu um veículo militar, ferindo um soldado. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu emitiu um alerta contundente sobre uma resposta iminente.
Acusação formal e ameaça de retaliação
Em comunicado oficial divulgado pelo gabinete de Netanyahu, a liderança israelense foi direta. A recusa contínua e pública do Hamas em se desarmar foi classificada como uma violação flagrante do acordo. O ataque com o explosivo improvisado, segundo o texto, serve como confirmação das "intenções violentas" do grupo.
"Israel responderá de acordo", advertiu o primeiro-ministro. O governo reiterou que o Hamas precisa cumprir integralmente os acordos estabelecidos no âmbito da trégua. Esses termos incluem a retirada do grupo do governo em Gaza, a desmilitarização do enclave e a implementação de um processo de desradicalização.
Detalhes do incidente e eliminação de financiador
O Exército israelense detalhou que o incidente ocorreu durante uma operação militar na área de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A ação tinha como objetivo, segundo as forças israelenses, "limpar a área de infraestruturas terroristas". Um artefato explosivo foi detonado contra um veículo blindado, causando "ferimentos leves" em um soldado, que foi rapidamente transferido para um hospital.
Paralelamente, os militares israelenses identificaram e confirmaram a morte de um alto responsável financeiro do braço armado do Hamas. Abdel Hay Zaqout foi eliminado em um ataque aéreo no dia 13 de dezembro, há duas semanas. O porta-voz do Exército, Avichay Adraee, afirmou que Zaqout estava em seu veículo ao lado de Raed Saad quando foi atingido.
Em publicação na rede social X, Adraee forneceu mais informações. Raed Saad foi descrito como "um dos arquitetos" do mortífero ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de 1.200 israelenses. Já Abdel Hay Zaqout, segundo o comunicado, era responsável por arrecadar e transferir dezenas de milhões de dólares para o braço armado do Hamas, garantindo recursos para a luta contra Israel ao longo do último ano.
Contexto de uma trégua frágil e o custo humano
Uma frágil trégua está em vigor na Faixa de Gaza desde 10 de outubro, após dois anos de uma guerra devastadora. No entanto, o clima é de tensão constante, com Israel e o Hamas trocando acusações mútuas de violações do acordo.
O conflito já teve um custo humano altíssimo no território palestino. Dados do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas e considerados confiáveis pela ONU, apontam para mais de 70 mil mortes. Do lado israelense, o ataque de 7 de outubro do ano passado marcou o início da escalada mais recente, com mais de 1.200 vidas perdidas.
O impasse central permanece: Israel insiste na desmilitarização do Hamas como condição para uma paz duradoura, enquanto o grupo se recusa a abrir mão de suas armas. O recente ataque em Rafah e a ameaça de retaliação israelense indicam que a frágil trégua pode estar à beira do colapso.