A agência estatal norte-coreana KCNA divulgou uma mensagem que celebra a "amizade inabalável" entre a Coreia do Norte e a Rússia. O comunicado, emitido no dia 18 de dezembro, faz referência ao apoio militar histórico e atual entre os dois países, em meio a relatos de inteligência sobre o envio de tropas norte-coreanas para o conflito na Ucrânia.
Cooperação Militar Histórica e Atual
A mensagem oficial relembra a participação de soldados do Exército Popular da Coreia nas batalhas para libertar a região de Kursk durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo a KCNA, essa ação heroica, somada ao trabalho posterior de engenheiros norte-coreanos em solo russo, é uma demonstração clara da aliança duradoura entre as nações.
O texto também destaca o tratado de parceria estratégica assinado pelos líderes dos dois países no ano passado e defende o fortalecimento contínuo da "relação de amizade e aliança". Esta declaração pública ocorre em um momento de intensificação da cooperação militar entre Pyongyang e Moscou.
Troca de Suporte Militar por Recursos
De acordo com informações dos serviços de inteligência da Coreia do Sul, a parceria tem se materializado de forma concreta no conflito atual. Eles estimam que Pyongyang já enviou cerca de 15 mil soldados para apoiar as forças russas na guerra contra a Ucrânia.
Em contrapartida, o regime de Kim Jong-un teria recebido divisas, bens e tecnologia avançada de Moscou. Esta troca representa uma violação direta das sanções internacionais impostas à Coreia do Norte e preocupa analistas de segurança global, que veem uma perigosa simbiose entre os dois países isolados.
Avancos no Programa Militar Norte-Coreano
Paralelamente às movimentações internacionais, Kim Jong-un segue focando no desenvolvimento do arsenal doméstico. Nesta quarta-feira, o líder visitou uma fábrica para inspecionar a construção de um novo submarino de propulsão nuclear, equipado com mísseis guiados.
Além disso, ele supervisionou pessoalmente um teste com mísseis antiaéreos de longo alcance. A agência sul-coreana Yonhap informou que esses mísseis são capazes de atingir alvos a uma altitude impressionante de até 200 quilômetros, demonstrando um salto tecnológico significativo nas capacidades defensivas e ofensivas do país.
Esta sequência de eventos – a retórica de aliança eterna, o suposto envio de tropas para um teatro de guerra ativo e os avanços em armamentos estratégicos – pinta um quadro de uma Coreia do Norte mais assertiva e interligada com a Rússia. A parceria, que desafia a ordem geopolítica ocidental, parece estar entrando em uma nova e mais perigosa fase, com implicações diretas para a guerra na Ucrânia e a segurança na Península Coreana.