Trump ataca o PIX: o que está por trás da polêmica e como isso afeta os brasileiros?
Trump critica PIX em discurso polêmico

Numa dessas reviravoltas que só a política internacional proporciona, Donald Trump resolveu mirar seus canhões verbais num alvo inusitado: nosso querido PIX. Sim, o sistema de pagamentos instantâneos que virou febre nacional agora está no centro de uma tempestade criada pelo ex-presidente americano.

Durante um comício cheio daquela energia trumpiana que já conhecemos — meio circo, meio reality show — o político disparou: "Esse tal de PIX é uma ameaça à liberdade financeira". A declaração, pra dizer o mínimo, deixou muita gente coçando a cabeça. O que um sistema de pagamentos brasileiro tem a ver com a política americana?

O discurso que pegou todo mundo de surpresa

Trump, sempre adepto do espetáculo, construiu seu argumento como quem monta um quebra-cabeça com peças de jogos diferentes. Misturou teorias sobre controle governamental, supostas ameaças à privacidade e — pasmem — até uma comparação absurda com o socialismo chinês. Tudo isso pra atacar um sistema que, cá entre nós, tem sido um sucesso estrondoso por aqui.

"Eles querem saber cada centavo que você gasta", vociferou, ignorando convenientemente que nos EUA os cartões de crédito já fazem isso há décadas. A ironia? Tão grossa que dava pra cortar com faca.

E os brasileiros nessa história?

Enquanto isso, do nosso lado do Equador, a reação varia entre o riso e a indignação. O PIX, que completou três anos com mais de 140 milhões de usuários, virou parte do cotidiano. Pagar o pão na padaria? PIX. Dividir a conta do bar? PIX. Receber a mesada do filho? PIX.

"Acho que ele não entendeu como funciona", comentou um microempreendedor de São Paulo, enquanto encerrava mais um dia de vendas facilitadas pelo sistema. "Pra gente aqui, é só praticidade."

Especialistas em tecnologia financeira torcem o nariz para as alegações. "Comparar o PIX com sistemas de vigilância é como dizer que sua caderneta de poupança é um espião", brinca um analista, antes de explicar os reais mecanismos de segurança por trás da plataforma.

O jogo político por trás das críticas

Não custa lembrar que Trump está em plena campanha eleitoral — e polêmicas midiáticas são seu combustível. Atacar um sistema estrangeiro de sucesso pode ser apenas mais uma jogada para mobilizar sua base, sempre desconfiada de inovações tecnológicas.

Mas o tiro pode sair pela culatra. Brasileiros que acompanham a cena política americana já começam a responder nas redes sociais, muitos com memes e ironias. "Pergunta pro Trump se ele prefere que a gente volte a usar cheque", provoca uma usuária no Twitter.

O Banco Central, por sua vez, manteve a elegância institucional. Em nota breve, reiterou os benefícios do sistema e — quem diria — até ofereceu explicar o funcionamento do PIX a "autoridades internacionais interessadas". Leia-se: "Trump, vamos marcar uma aula particular?".

Enquanto isso, a vida segue. E o PIX também. Nas ruas, nos comércios, nas mesas de bar, o sistema continua sua trajetória, alheio às tempestades em copos d'água do outro hemisfério. Resta saber se essa polêmica artificial vai ter algum reflexo real — ou se vai acabar como tantas outras, esquecida no feed de notícias.