Estudante do Amapá, de 16 anos, é selecionada para simulação da ONU em Harvard e Yale
Estudante do Amapá vai a simulação da ONU em Harvard e Yale

A jovem Sofia Oliveira, de apenas 16 anos e natural do Amapá, conquistou um feito extraordinário: ela foi uma das 25 estudantes brasileiras selecionadas para participar das mais prestigiadas simulações da Organização das Nações Unidas (ONU) do mundo. O evento ocorrerá em janeiro de 2026, nos campi das renomadas universidades de Harvard e Yale, nos Estados Unidos.

Uma jornada de três etapas até a seleção

A trajetória de Sofia até a aprovação foi marcada por dedicação e superação. Ela disputou a vaga com aproximadamente 5 mil estudantes brasileiros. O processo seletivo foi rigoroso e dividido em três fases distintas. A primeira consistiu no preenchimento de um formulário escolar detalhado, semelhante a um currículo.

Na segunda etapa, os candidatos precisaram informar seu nível de proficiência em inglês e relatar experiências prévias em debates. A fase final e decisiva foi uma entrevista conduzida totalmente em inglês, na qual foram avaliadas competências essenciais como liderança e capacidade de comunicação da jovem.

O prestígio dos eventos e o sonho de uma vida

As conferências para as quais Sofia foi selecionada são referências globais. O Harvard Model United Nations (HMUN) é realizado desde 1953, sendo a mais antiga simulação do tipo. Já o Yale Model United Nations (YMUN) foi criado em 1975 e acontece no campus da universidade em New Haven. Durante cerca de 20 dias, mais de 4 mil jovens de mais de 50 países vivenciam a rotina de diplomatas, representando nações, elaborando propostas e debatendo soluções para problemas globais.

Sofia revela que conheceu as simulações por meio de um amigo e, mesmo avançando nas etapas, duvidava de sua aprovação. “Eu nunca tinha feito uma seleção internacional. Pensei: nunca participei de uma simulação pequena, como vou participar da maior do mundo?”, conta. A notícia da classificação a pegou de surpresa: “Quando recebi a notícia, estava tomando café. Chorei muito”, relembra emocionada.

O evento representa um passo crucial em um sonho antigo. “Desde pequena falo para todo mundo que ia para Harvard, só não sabia como. Esse é mais um passo para esse sonho”, afirma a estudante, que também almeja uma carreira jurídica e sonha em se tornar juíza.

Desafio financeiro e campanha de arrecadação

Apesar da imensa conquista acadêmica, um obstáculo significativo precisa ser superado: os custos da viagem. A família já assumiu as despesas para a emissão do visto em Brasília. Agora, para custear a participação no evento, cujo valor total é estimado em R$ 35 mil, Sofia iniciou uma vaquinha online. Até o momento, porém, a arrecadação está apenas no início, com um valor muito aquém do necessário.

A recompensa pelo esforço, no entanto, pode ser grande. Ao final das simulações, os melhores delegados são premiados por sua liderança, diplomacia e pela qualidade dos documentos oficiais que elaboram durante os comitês.

A história de Sofia Oliveira não é apenas sobre uma seleção competitiva; é um testemunho de determinação que inspira outros jovens do Amapá e do Brasil a buscarem oportunidades de alto nível no cenário educacional internacional.