Leilão da Unimep: O Que Aconteceu com Todo o Acervo Histórico da Universidade?
Destino do acervo da Unimep após leilão em Piracicaba

Parece que virou página mesmo. Aquele campus Taquaral da Unimep, que tantas histórias viu nascer, agora está sendo literalmente desmontado peça por peça. E a pergunta que não quer calar: para onde foi parar todo aquele patrimônio?

O leilão aconteceu no final de setembro — e olha, movimentou uma grana considerável. Arrecadou R$ 1,2 milhão, um valor que, convenhamos, até que surpreendeu. Mas o que realmente importa é o destino de cada item que compunha a alma daquele lugar.

O Famoso Órgão de Tudo

Ah, o Órgão de Tudo! Quem estudou lá sabe do que estou falando. Não era apenas um instrumento musical, era quase uma lenda viva. Construído pelo artista plástico Thaty A. D. Quintana, aquela mistura de piano, sanfona e deus-sabe-o-quê- mais tinha personalidade própria.

Pois bem, ele não foi a leilão. Na verdade, seguiu um caminho mais nobre: foi doado para o Sesc Piracicaba. Pelo menos assim garantimos que continuará sendo apreciado pelo público. Um alívio, não?

O Resto do Acervo: Quem Levou o Quê?

A lista de itens leiloados era enorme — dava até vertigem. Desde móveis administrativos até equipamentos de laboratório que já foram state-of-the-art. A grande maioria foi adquirida por empresas de desmanche, aquelas que compram tudo para revender separadamente.

  • Móveis e equipamentos de escritório - Quem precisa de uma cadeira ou um arquivo com história?
  • Bens dos laboratórios - Microscópios, computadores antigos, aquela parafernália toda
  • Itens de áudio e vídeo - Até equipamento de estúdio foi parar no leilão
  • Móveis em geral - De mesas a armários, tudo encontrando novos donos

O curioso é que muita coisa foi comprada justamente por ex-funcionários e ex-alunos. Queriam um pedaço da história, mesmo que fosse apenas uma cadeira. Compreensível, não?

E o Resto do Campus?

O terreno principal — aquela área gigante de 222 mil m² — já tinha sido vendida antes, em 2022, para um grupo empresarial de Campinas por R$ 65 milhões. Agora, com o leilão dos bens móveis, fecha-se definitivamente esse capítulo.

É estranho pensar que onde havia aulas, debates, risadas e descobertas, agora há apenas espaços vazios. A vida segue, como sempre, mas fica aquela pontada de saudade.

Resta torcer para que os novos donos desses itens saibam a história que carregam. Porque não são apenas objetos — são testemunhas de uma era que, para muitos, foi definitiva.