
Quem diria, não é mesmo? O que começou como um simples bairro operário nos anos 70 hoje pulsa como o verdadeiro coração acadêmico de Campina Grande. Bodocongó — sim, esse nome que até soa diferente — se transformou numa verdadeira cidade universitária, reunindo nada menos que seis instituições de ensino superior.
Parece até exagero, mas não é: estamos falando de aproximadamente 40 mil estudantes circulando pelas ruas que antes eram dominadas por fábricas têxteis. A mudança foi tão radical que dá até para chamar de metamorfose urbana.
Das Fábricas às Salas de Aula
Nos anos 1970, a paisagem era completamente diferente. O cheiro de algodão e o barulho das máquinas dominavam o ar. As indústrias têxteis eram as rainhas do pedaço, empregando boa parte da população local. Mas o tempo — ah, o tempo sempre traz suas reviravoltas — foi mudando tudo.
As fábricas foram fechando, uma a uma, e o bairro parecia destinado ao esquecimento. Mas eis que surge uma luz no fim do túnel: a educação chegou para ficar.
O Ponto de Virada
Tudo começou com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidindo fincar raízes em Bodocongó em 1998. Foi como plantar uma semente num terreno que parecia árido. A instituição não apenas chegou — ela floresceu, expandiu, criou vida própria.
E não parou por aí. A Federal de Campina Grande (UFCG) também abriu um campus no bairro, seguida pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB). A coisa foi se espalhando como fogo em palha seca.
Um Ecossistema Educacional Único
Hoje, caminhar por Bodocongó é como percorrer uma minicidade do conhecimento. Tem de tudo: desde os tradicionais cursos de humanas até laboratórios de ponta onde se desenvolve tecnologia de ponta. A diversidade é impressionante.
- UEPB - com seus mais de 30 cursos de graduação
- UFCG - trazendo o peso da excelência federal
- IFPB - formando técnicos especializados
- Faculdades privadas - completando o ecossistema
E o mais interessante? Essa concentração criou uma sinergia incrível. Professores de uma instituição dão aulas em outras, pesquisas são desenvolvidas em conjunto, estudantes circulam entre os campuses. É uma verdadeira teia do saber.
Impacto na Cidade
O que isso significou para Campina Grande? Bom, a pergunta praticamente se responde sozinha. A cidade ganhou o título nada modesto de " cidade do conhecimento", e não é por acaso.
O comércio local — coitado, quem diria — se transformou completamente. Lanchonetes, repúblicas, livrarias, papelarias... Tudo se adaptou para atender essa multidão de jovens ávidos por aprender (e, vamos ser sinceros, por se divertir também).
Os aluguéis na região, claro, dispararam. Mas isso é o de menos perto do ganho intelectual que a cidade toda recebeu.
Olhando Para o Futuro
Agora, o que vem pela frente? Parece que Bodocongó ainda não terminou sua transformação. Projetos de expansão não param de surgir, novos cursos são criados a cada semestre, e a comunidade acadêmica só faz crescer.
Quem conheceu o bairro nos anos 80 dificilmente reconheceria o lugar hoje. E o mais bonito é pensar que essa história de sucesso não foi planejada por nenhum gênio urbano — foi simplesmente acontecendo, organicamente, como as melhores coisas da vida.
Bodocongó prova, de forma quase poética, que a educação realmente tem o poder de transformar não apenas pessoas, mas lugares inteiros. E isso, convenhamos, é uma lição que vale para qualquer canto do Brasil.