Projeto de Monte Alegre Conquista Prêmio Nacional de Educação Antirracista da UFOPA
Monte Alegre vence prêmio nacional de educação antirracista

Imagine uma sala de aula onde cada criança se vê representada, onde a história não é contada apenas por um único ponto de vista. Pois é exatamente isso que está acontecendo em Monte Alegre, e o Brasil inteiro está prestando atenção.

Aconteceu algo extraordinário na última quinta-feira (10) — uma daquelas notícias que te fazem acreditar que a educação pode, sim, mudar o mundo. O projeto "Pé no Chão, Raiz na História", desenvolvido nesse município paraense que muitos nem sabem localizar no mapa, acabou de vencer o prestigiado Prêmio Educador e Educadora Antirracista 2025.

Promovido pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), o prêmio não é qualquer um — estamos falando de um reconhecimento que coloca Monte Alegre no centro das discussões mais importantes sobre educação e diversidade no país.

Mais que um projeto, uma revolução silenciosa

O que torna essa iniciativa tão especial? Talvez seja o fato de que ela não veio de grandes centros urbanos, mas brotou do chão, da realidade de uma comunidade que entende na pele a importância do combate ao racismo. E olha, os resultados são impressionantes.

Desenvolvido por educadores locais — gente que conhece cada rua, cada história, cada desafio da região — o projeto trabalha com algo fundamental: a valorização da cultura afro-brasileira e indígena através de metodologias que, pasmem, os alunos adoram.

Estamos falando de atividades que vão muito além da teoria. Contação de histórias ancestrais, oficinas de arte que resgatam técnicas tradicionais, músicas que eram quase esquecidas — tudo isso virou material pedagógico de primeira linha.

O reconhecimento que não chega sozinho

Ganhar esse prêmio significa muito mais que um troféu na estante. A equipe vencedora receberá uma bolsa de pesquisa — aquela injeção de ânimo que todo educador merece — além de todo o suporte técnico da UFOPA para expandir o projeto.

Mas o verdadeiro prêmio, digamos assim, está na transformação que já é visível nas escolas de Monte Alegre. Crianças que antes tinham vergonha de suas origens agora as celebram com orgulho. Professores que se sentiam despreparados para abordar essas questões agora se tornaram referências.

É como se alguém tivesse acendido uma luz onde antes havia sombras — e essa luz está iluminando caminhos que muitos nem sabiam que existiam.

Por que isso importa para o Brasil inteiro?

Num país com nossa história, nossa diversidade e nossos desafios, iniciativas como essa não são apenas importantes — são urgentes. E o fato de surgirem no interior do Pará, longe dos holofotes das capitais, mostra que a mudança real muitas vezes começa onde menos esperamos.

O prêmio da UFOPA, aliás, tem um objetivo claro: identificar e fortalecer experiências pedagógicas que combatam o racismo estrutural — aquele que está tão entranhado em nossa sociedade que muitas vezes nem percebemos.

E pensar que tudo começou com um grupo de professores que simplesmente decidiu que era hora de fazer diferente. Sem grandes recursos, sem apoio inicial, apenas com a certeza de que a educação precisa ser antirracista para ser verdadeiramente transformadora.

Monte Alegre hoje nos dá uma lição: mudanças profundas não dependem de orçamentos milionários, mas de coragem, criatividade e, principalmente, de acreditar que outro tipo de educação é possível.

Quem diria que uma cidade do interior do Pará estaria mostrando o caminho para todo o Brasil?