
Eis que o Palácio do Planalto resolveu mexer no vespeiro das relações comerciais internacionais. Nesta quarta, Lula assinou a regulamentação da Lei de Reciprocidade Comercial — aquela que tá dando o que falar nos bastidores do Itamaraty e nas bolsas de valores.
Na prática? Se um país encher o saco com barreiras para nossos produtos, agora temos carta branca para revidar na mesma moeda. "Não vai ser brincadeira de criança", avisou um assessor presidencial que preferiu não se identificar.
O jogo das cadeiras comerciais
Imagine a cena: você chega num restaurante chique, mas te mandam comer no balcão enquanto outros clientes têm mesa VIP. É mais ou menos isso que acontece com o Brasil em alguns mercados — e essa lei pretende mudar o jogo.
- Taxas abusivas? Retribuição na mesma proporção
- Barreiras sanitárias suspeitas? O troco vem com juros
- Protecionismo disfarçado? Agora tem resposta rápida
Mas calma lá que não é pra sair tacando pedra em todo mundo. O governo garante que vai usar "critério cirúrgico" — embora os ruralistas já estejam com os dois pés atrás.
Entre aplausos e vaias
Enquanto a indústria comemora — "finalmente vamos jogar no mesmo nível", diz um exportador de aço —, o agronegócio tá com a pulga atrás da orelha. "Pode ser tiro no pé", resmunga um produtor de soja que prefere não queimar o filme.
Nos corredores do Congresso, a coisa tá dividida:
- Centrão abraçou a medida como se fosse criança no colo
- Oposição fala em "instrumento de retaliação política"
- Economistas progressistas veem chance de reequilibrar as relações
E os parceiros comerciais? Bom, digamos que ninguém mandou buquê de flores para o Planalto ainda...
O pulo do gato (ou do jacaré?)
O que pouca gente tá percebendo é que essa jogada tem cheiro de xadrez geopolítico. Com a guerra comercial China-EUA esquentando de novo, o Brasil pode estar se armando pra pegar carona — ou pelo menos não sair no prejuízo.
"É como chegar no baile com um revólver na cintura", filosofa um diplomata aposentado, enquanto toma seu café no Confeitaria Colombo. "Melhor ter e não precisar..."
Mas será que a medida vai virar arma ou escudo? A resposta — como tudo nesse governo — deve ficar no meio do caminho entre o discurso e a prática.