
Numa sala cheia de executivos financeiros em Washington, o vice-presidente Geraldo Alckmin não economizou elogios ao Pix. "É um caso de estudo", soltou, com um sorriso que denunciava orgulho. Mas aí veio o "porém" que todo brasileiro conhece: as benditas tarifas.
Quem diria que o sistema de pagamentos instantâneos, que virou febre nacional desde seu lançamento em 2020, ainda teria esse calcanhar de Aquiles? Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, falou sobre o assunto durante o Fórum de Cooperação Econômica Brasil-EUA.
O sucesso que atravessou fronteiras
Os números do Pix são mesmo impressionantes. Mais de 140 milhões de usuários ativos, transações que superam o PIB de alguns países - e tudo isso em menos de quatro anos. "Até meu neto de 12 anos já me ensinou a usar", brincou o vice-presidente, arrancando risadas da plateia.
Mas quando o assunto virou para as tarifas... Bem, aí o clima ficou mais sério. "Estamos trabalhando nisso", garantiu Alckmin, sem dar muitos detalhes. Sabe como é política, né?
O elefante na sala: quanto vai custar?
O Banco Central já sinalizou que as gratuidades atuais têm data para acabar. A questão é: quando? E o mais importante - quanto vamos ter que pagar? Alckmin evitou prazos concretos, mas deixou claro que a discussão está quente nos corredores do governo.
"Ninguém quer matar a galinha dos ovos de ouro", filosofou, referindo-se à popularidade do sistema. "Mas sustentabilidade tem seu preço."
Enquanto isso, nos EUA, os olhos se arregalaram com a eficiência do modelo brasileiro. "Eles têm sistemas parecidos, mas nada tão... como vocês dizem? Arretado", comparou Alckmin, misturando português com um regionalismo nordestino que pegou os americanos de surpresa.
O debate sobre tarifas segue em aberto. Uma coisa é certa: o Pix veio para ficar. Agora, se vai continuar gratuito... Essa é outra história.