
Imagine resolver uma das questões mais delicadas da vida familiar sem gastar um centavo. Pois é exatamente isso que a Defensoria Pública de São Paulo está proporcionando neste mês — e a fila já está formando.
Num cantinho movimentado da capital paulista, uma equipe de especialistas trabalha contra o relógio para desatar nós que, muitas vezes, duram décadas. De graça. Sim, você leu certo: exames de DNA custando zero reais para quem precisa comprovar laços de sangue.
Como funciona o mutirão?
Não é magia, é direito. A Defensoria montou uma estrutura completa no centro da cidade, com:
- Coleta rápida e indolor de material genético
- Advogados especializados em família
- Assistentes sociais para orientação
- Tudo num só lugar — sem precisar correr entre fóruns e laboratórios
"A gente vê de tudo aqui", conta uma das atendentes, enquanto organiza fichas. "Desde jovens querendo conhecer o pai até avós buscando netos que nem sabem que existem."
Quem pode participar?
As regras são simples, mas importantes:
- Ser residente em São Paulo (capital ou região metropolitana)
- Não ter condições de arcar com os custos do exame particular
- Ter concordância da outra parte — afinal, não adianta fazer o teste sozinho
Ah, e atenção: se o suposto pai já faleceu, ainda dá para resolver, mas o processo é um pouquinho diferente. Melhor checar direto com os especialistas.
O mutirão segue até o final do mês, mas corre o boato que pode ser estendido se a demanda continuar alta. E pelo visto, vai continuar — na primeira semana já atenderam mais gente do que esperavam em um mês inteiro.
"Depois de 35 anos, finalmente vou saber a verdade", diz emocionada uma senhora que prefere não se identificar. Histórias como essa se repetem nos corredores do local, onde o clima é de ansiedade misturada com alívio.
Por que isso importa?
Além do óbvio — ninguém deveria ficar sem saber suas próprias origens por falta de dinheiro —, o reconhecimento legal de paternidade abre portas para:
- Heranças
- Pensão alimentícia
- Direitos sucessórios
- Até mesmo questões de saúde (sabe aquele histórico familiar que todo médico pergunta?)
E olha só que interessante: segundo os organizadores, cerca de 30% dos casos atendidos acabam revelando que a paternidade não existe biologicamente. Mesmo assim, muitos optam por seguir com o reconhecimento legal — família, no fim das contas, vai além do DNA.
Se você ou alguém que conhece está nessa situação, não perca tempo. A Defensoria está de portas abertas de segunda a sexta, das 8h às 17h, no centro de São Paulo. Leve documentos básicos e, se possível, agende antes pra evitar filas. Afinal, como diz o ditado: "contra fatos (genéticos), não há argumentos".