Juiz americano bloqueia decreto de Trump que restringia cidadania por nascimento nos EUA
Juiz bloqueia decreto de Trump sobre cidadania por nascimento

Um juiz federal dos Estados Unidos derrubou nesta segunda-feira o polêmico decreto do presidente Donald Trump que pretendia restringir o direito à cidadania americana por nascimento no país. A decisão representa mais um revés para a política migratória dura do mandatário.

O que dizia o decreto presidencial?

A medida executiva, anunciada em outubro, buscava reinterpretar a 14ª Emenda da Constituição americana para negar automaticamente a cidadania a filhos de imigrantes indocumentados nascidos em solo estadunidense. Atualmente, qualquer pessoa nascida nos EUA tem direito à nacionalidade, independentemente do status migratório dos pais.

Argumentos da decisão judicial

O juiz George Daniels, do Distrito Sul de Nova York, considerou que a proposta de Trump "viola claramente" a Constituição. Em sua decisão, ele destacou:

  • A 14ª Emenda garante expressamente a cidadania a "todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos"
  • O presidente não tem autoridade para alterar essa interpretação por decreto
  • A medida criaria "caos burocrático" e discriminação

Reações à decisão

Grupos de defesa dos imigrantes comemoraram a vitória judicial. "Esta decisão reafirma que os princípios fundamentais de nossa democracia não podem ser alterados por caprichos presidenciais", declarou o diretor do Centro para os Direitos dos Imigrantes.

Já a Casa Branca afirmou que "continuará lutando para garantir que as leis de imigração sejam cumpridas". Analistas políticos acreditam que a administração Trump poderá recorrer da decisão.

Contexto político

Esta é mais uma batalha na cruzada de Trump para endurecer as políticas migratórias dos EUA. Desde 2018, o republicano vinha ameaçando acabar com o "birthright citizenship" (direito à cidadania por nascimento), chamando-o de "imã para imigrantes ilegais".

Especialistas apontam que a medida teria impactado principalmente famílias latinas e poderia afetar cerca de 4 milhões de crianças nos próximos dez anos, segundo estimativas.