Setin desacelera lançamentos em 2026 por causa da Selic a 15% ao ano
Setin freia lançamentos em 2026 devido aos juros altos

A Setin Incorporadora anunciou uma mudança significativa em sua estratégia para os próximos anos, decidindo reduzir drasticamente o ritmo de novos lançamentos. O motivo central para essa desaceleração é o cenário de juros elevados no Brasil, com a taxa básica Selic em patamar de 15% ao ano.

Estratégia de contenção para 2026

Enquanto a empresa projeta encerrar 2025 com um volume de vendas de 400 milhões de reais em novos empreendimentos, o plano para o ano seguinte é bem mais modesto. A previsão é realizar apenas um lançamento imobiliário em todo o ano de 2026.

Apesar da quantidade reduzida, a expectativa da construtora é ambiciosa em termos de faturamento. A companhia estima que esse projeto único seja capaz de gerar uma receita na casa dos 600 milhões de reais.

Foco no presente e preparação para o futuro

Paralelamente à desaceleração dos novos projetos, a Setin vai concentrar esforços em acelerar a venda das unidades que já estão no seu portfólio, mas que ainda não foram comercializadas. A ideia é escoar esse estoque enquanto o mercado se ajusta à realidade dos custos de financiamento.

Olhando para um horizonte mais distante, a incorporadora já começa a se preparar para uma retomada mais vigorosa. A empresa está em processo de mapeamento de terrenos com área superior a 2.000 metros quadrados, visando voltar a lançar projetos a partir de 2027.

Cautela é a palavra de ordem

A justificativa para a postura mais conservadora foi dada de forma clara pela vice-presidente da Setin, Bianca Setin. Em declaração, ela afirmou que a companhia precisa "olhar com cautela para o futuro por causa da taxa de juros".

A declaração evidencia como o ambiente macroeconômico, marcado por um custo de crédito alto, está forçando uma revisão de planos mesmo entre players estabelecidos do setor da construção civil. A decisão reflete uma avaliação de risco diante de um cenário que pode desestimular compradores e encarecer os custos para as empresas.

O movimento da Setin serve como um termômetro para o segmento, mostrando que a persistência da Selic em patamares elevados tem um impacto direto e mensurável nos investimentos e na expansão das empresas de incorporação, moldando o ritmo de crescimento do setor nos próximos anos.