
Eis que o Brasil se vê novamente no olho do furacão das políticas comerciais internacionais. Desta vez, o gatilho veio de onde menos se esperava — ou talvez de onde sempre se espera, considerando o histórico. Donald Trump, aquele mesmo que já nos deixou de cabelo em pé antes, decidiu puxar o tapete do comércio exterior brasileiro com novas tarifas que prometem fazer estragos.
Não é exagero dizer que a coisa está feia. Segundo análises de economistas que acompanham o assunto há décadas, essas medidas podem arrancar até 0,5% do nosso PIB. Sim, você leu direito — meio ponto percentual que some como mágica, só que ao contrário. E olha que não estamos falando de efeitos colaterais pequenos: setores inteiros podem sentir o baque.
Onde dói mais
O problema, veja bem, não está só no impacto imediato. É como se o país tivesse levado um soco no estômago que revelou fraturas antigas. Nossas fragilidades no comércio exterior, aquelas que a gente sempre empurra com a barriga, estão expostas sem dó nem piedade. Dá até vergonha alheia de como estamos despreparados.
- Aço e alumínio — os queridinhos da vez, com tarifas que podem chegar a 10%
- Produtos agrícolas — porque, claro, não poderíamos ficar de fora dessa
- Bens manufaturados — aquela facada nas costas que ninguém esperava
E o pior? A gente já vinha sendo avisado. Há anos especialistas batem na tecla de que precisamos diversificar nossos parceiros comerciais, mas parece que preferimos a política do avestruz. Agora, com o nariz enfiado na areia, o tiro saiu pela culatra.
E agora, José?
Diante desse cenário, a pergunta que não quer calar: o Brasil tem plano B? Alguns economistas mais otimistas — sim, eles ainda existem — acreditam que a crise pode ser a centelha que faltava para modernizarmos nossa política comercial. Outros, mais realistas (ou seria pessimistas?), lembram que reformas estruturais não se fazem da noite para o dia.
Uma coisa é certa: continuar na mesmice não é opção. Se antes a dependência do mercado americano era um risco calculado, hoje se revela uma aposta perdida. E enquanto isso, o relógio corre contra nós — porque, convenhamos, Trump não parece o tipo de sujeito que muda de ideia por caridade.
No meio desse turbilhão, uma lição fica clara: ou o Brasil acorda para a geopolítica do século 21, ou vai continuar patinando nas crises alheias. E dessa vez, a conta pode ser mais salgada do que imaginamos.