
Parece que o fantasma das tarifas comerciais voltou a assombrar o Brasil – e dessa vez, com números que dão calafrios. Segundo a Câmara de Comércio, quase 10 mil empresas brasileiras estão na mira das novas medidas protecionistas anunciadas por Donald Trump. E olha que o buraco é mais embaixo: essas companhias empregam juntas cerca de 3,2 milhões de pessoas. Um verdadeiro terremoto no mercado de trabalho nacional.
Não é de hoje que o Brasil dança no fio da navalha quando o assunto é comércio exterior. Mas dessa vez, a facada veio com endereço certo. Setores como agropecuária, manufatura e tecnologia – aqueles que já vinham sofrendo com os ventos contrários da economia global – agora enfrentam mais esse obstáculo. "É como se estivéssemos correndo uma maratona com pesos nos tornozelos", desabafa um empresário do ramo de autopeças que prefere não se identificar.
O Que Isso Significa na Prática?
Imagine acordar e descobrir que seus produtos ficaram 20% mais caros do dia para a noite no principal mercado consumidor. Pois é, essa é a realidade de milhares de exportadores brasileiros hoje. Alguns efeitos já são visíveis:
- Redução imediata na competitividade dos produtos nacionais
- Pressão sobre as margens de lucro – muitas empresas operando no vermelho
- Risco real de demissões em cadeia caso a situação se prolongue
E tem mais: os especialistas alertam que o impacto pode ser em cascata. "Quando uma grande indústria reduz produção, os fornecedores sentem na hora", explica a economista Marina Lopes, da FGV. Ela usa uma analogia curiosa: "É como um dominó – derruba a primeira peça e o resto cai num efeito quase hipnótico".
E o Governo Brasileiro, O Que Faz?
Boa pergunta. Até agora, as ações têm sido tímidas – muito discurso, pouca ação concreta. Enquanto isso, nas salas de reunião das multinacionais, o assunto é um só: realocação de investimentos. "Já estamos considerando transferir parte da produção para o México", confessa o diretor de uma montadora que opera no ABC Paulista.
O pior? Ninguém sabe ao certo quando – ou se – essa tempestade vai passar. Trump tem histórico de mudar de ideia como quem troca de camisa. Mas enquanto a incerteza persiste, o prejuízo vai se acumulando. Resta torcer para que a próxima jogada do xadrez comercial não seja xeque-mate na economia brasileira.