Um novo estudo revela que os micro e pequenos negócios no Brasil enfrentaram um cenário difícil em novembro de 2025. A atividade econômica desse setor registrou uma queda expressiva de 6,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os dados são do Índice SumUp do Microempreendedor (ISM), divulgado pela fintech de pagamentos SumUp.
Cenário desafiador para o empreendedorismo
Segundo a pesquisa, o resultado negativo reflete um ambiente de negócios que ainda exige muita cautela dos empresários. A diretora de mercado de capitais da SumUp para a América Latina, Lilian Parola, analisa a situação. Ela afirma que a variação anual negativa é um reflexo direto das condições econômicas atuais.
"A variação anual negativa reflete um cenário ainda desafiador, com crédito mais restrito e impacto persistente dos juros elevados sobre o consumo", explicou a executiva. A combinação de custos de financiamento altos e um consumo mais contido continua a pressionar as operações das pequenas empresas.
Uma leve alta mensal traz um sinal de alívio
Apesar do tombo na comparação anual, o levantamento trouxe também um dado um pouco mais animador quando se observa o movimento mensal. Entre outubro e novembro de 2025, as vendas dos micro e pequenos negócios apresentaram uma leve alta de 0,96%.
Essa pequena recuperação sequencial, no entanto, não foi suficiente para reverter o quadro geral de desaceleração quando se observa um período mais longo. Ela sugere uma possível estabilização em um patamar mais baixo, mas ainda não indica uma retomada consistente do crescimento.
O que os números indicam para a economia?
Os micro e pequenos negócios são um termômetro crucial para a economia brasileira, representando uma fatia significativa do emprego e da produção. Uma contração sustentada nesse segmento costuma ter efeitos amplos, impactando o mercado de trabalho e a confiança do consumidor.
O estudo da SumUp, divulgado em 21 de dezembro de 2025, reforça a percepção de que as condições financeiras apertadas, marcadas pelos juros em patamar elevado, seguem como um dos principais obstáculos para a expansão das empresas de menor porte. A restrição ao crédito dificulta investimentos e a gestão do capital de giro, essenciais para a sobrevivência e o crescimento desses negócios.
O caminho para uma recuperação mais robusta do setor parece estar atrelado a um ciclo de gradual redução do custo do dinheiro e a uma melhora no poder de compra das famílias. Enquanto isso, a cautela e a busca por eficiência operacional devem permanecer como palavras de ordem para os microempreendedores brasileiros.