Inflação desacelera no Brasil: especialistas alertam para desafios nos cortes de juros
Inflação desacelera, mas cortes de juros têm desafios

Os dados mais recentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indicam uma desaceleração da inflação no Brasil, mas especialistas alertam que o caminho para cortes mais agressivos na taxa básica de juros (Selic) ainda está repleto de desafios.

Cenário atual da inflação

Em junho, o IPCA registrou alta de 0,26%, acumulando 3,16% nos últimos 12 meses. Esse desempenho ficou abaixo das expectativas do mercado e mantém a inflação dentro da meta do Banco Central, que é de 3% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Principais fatores de pressão:

  • Alimentos e bebidas (+0,38%)
  • Transportes (+0,51%)
  • Habitação (+0,23%)

Desafios para o Copom

Embora o cenário seja favorável, economistas destacam três obstáculos principais para reduções mais significativas da Selic:

  1. Expectativas de inflação para 2024 ainda acima do centro da meta
  2. Risco fiscal decorrente do aumento de gastos públicos
  3. Cenário externo incerto, com possíveis novos aumentos de juros nos EUA

O que dizem os especialistas?

"A desaceleração é positiva, mas precisamos cautela. O Banco Central deve manter o ritmo moderado de cortes para não comprometer o controle inflacionário", afirma Maria Silva, economista-chefe do Instituto de Pesquisas Econômicas.

Perspectivas para os próximos meses

O mercado financeiro projeta que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, deve terminar 2023 em 12,25%. No entanto, qualquer sinal de pressão inflacionária pode alterar esse cenário.

O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcado para agosto e será crucial para definir os rumos da política monetária brasileira no segundo semestre.