O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, registrou uma recuperação expressiva nesta terça-feira, 23 de dezembro de 2025, encerrando o pregão com uma valorização de 1,46%. O indicador fechou aos 160,4 mil pontos, em um movimento que os analistas interpretam como uma correção após uma sequência de quedas influenciadas pelo cenário político eleitoral.
Dados econômicos impulsionam otimismo
No cenário doméstico, o otimismo foi alimentado pela divulgação do IPCA-15, a prévia da inflação oficial. O índice apresentou uma alta de 0,25% em dezembro, ficando dentro das projeções do mercado financeiro. Apesar do resultado em linha, a composição dos dados chamou a atenção dos especialistas.
"Apesar da leitura cheia em linha, a composição de núcleos de serviços ainda mostram resiliência, reforçando a análise do mercado de que um eventual ciclo de corte de juros só virá a partir de março", afirmou Bruno Perri, economista e sócio-fundador da Forum Investimentos.
Banco lideram alta no índice; dólar recua
Entre os papéis de maior peso no Ibovespa, as instituições financeiras tiveram desempenho positivo, puxando a alta do índice. O Santander (SANB11) foi o maior destaque, com valorização de 4,41%. Na sequência, vieram o Banco do Brasil (BBAS3), que subiu 2,11%, o Itaú (ITUB4), com ganhos de 1,64%, e o Bradesco (BBDC4), que avançou 0,93%.
Paralelamente, o dólar comercial encerrou o dia em queda, sendo negociado a R$ 5,52 no fechamento.
PIB americano surpreende positivamente
No front internacional, os olhos do mercado se voltaram para os Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 4,3% no terceiro trimestre de 2025, um resultado que superou as expectativas dos analistas, que projetavam uma expansão de 3,3%.
Outro dado relevante foi o índice de despesas de consumo pessoal (PCE), a métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), que registrou alta de 2,8%. A interpretação geral é que os números robustos reforçam a expectativa de que o Fed manterá uma pausa nos cortes de juros já em janeiro, mas não devem comprometer o ciclo de afrouxamento monetário esperado para o ano de 2026.
Em resumo, a sessão foi marcada por um alívio técnico na B3, com investidores reagindo positivamente a dados econômicos domésticos dentro do esperado e a uma forte sinalização de vigor da maior economia do mundo. O movimento sugere uma tentativa do mercado de precificar um cenário menos pessimista, após dias de pressão vendedora.