Trump impõe tarifas e compradores dos EUA travam pedras naturais brasileiras — impacto milionário
Tarifas de Trump travam rochas brasileiras nos EUA

Eis que o martelo caiu — e como dói. Os importadores norte-americanos, aqueles mesmos que há décadas abasteciam seus showrooms com mármores e granitos brasileiros, começaram a suspender contratos feito quem desliga a torneira. Tudo por causa daquelas tarifas anunciadas por Donald Trump, que ressurgem como fantasma do passado para assombrar nosso agronegócio mineral.

Não é brincadeira não. Só na última semana, pelo menos três grandes compradores — desses que movimentam contas de sete dígitos — mandaram e-mails corteses (mas firmes) adiando embarques marcados para agosto. "Avaliando alternativas", diz um. "Revisão estratégica", escreve outro. Sabe o que isso significa na prática? Containers parados nos portos capixabas e pedreiras reduzindo turnos.

O Xadrez das Tarifas

Trump, sempre ele. O republicano resolveu ressuscitar sua guerra comercial, e dessa vez nossos minerais ornamentais viraram alvo. A taxa extra de 15% sobre granitos e quartzitos — aquelas pedras lindas que enfeitam cozinhas de Miami — transformou a matemática dos importadores. Resultado? Muitos preferem esperar poeira baixar ou correr para fornecedores indianos.

"É um tiro no pé", dispara o exportador mineiro Carlos Abreu, enquanto mostra mensagens canceladas no WhatsApp. "A gente vinha crescendo 12% ao ano nos EUA. Agora? Nem sei se vou precisar daquele galpão novo em Cachoeiro." A frustração é palpável — e compartilhada por dezenas de empresários do Espírito Santo, onde o setor emprega 30 mil pessoas diretas.

Efeito Dominó

  • Preços de blocos brutos já caíram 8% nas pedreiras
  • Segundo turno suspenso em 4 serrarias de Vila Velha
  • Projeções de crescimento para 2025 revisadas de 15% para 3%

Curioso pensar que, enquanto arquitetos em Dallas especificam nossos quartzitos em projetos luxuosos, aqui os caminhões ficam parados. Ironia cruel — a mesma geologia que nos deu paisagens deslumbrantes agora enfrenta barreiras políticas.

Será temporário? Talvez. Mas no meio-tempo, como diria meu avô capixaba, "o peixe pequeno vai ter que aprender a nadar contra a correnteza". Resta saber quantos vão aguentar o fôlego até a maré virar.