
Parece que o fantasma das tarifas norte-americanas voltou para assombrar a economia brasileira — e dessa vez com força total. Segundo um estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as medidas protecionistas anunciadas por Donald Trump poderiam reter uma quantia absurda: quase R$ 20 bilhões do nosso Produto Interno Bruto (PIB).
Não é brincadeira. Aquele discurso agressivo de "America First" pode custar caro aos nossos exportadores. A CNI calculou que, se implementadas, essas barreiras comerciais afetariam pelo menos 5% de tudo o que vendemos para os Estados Unidos — nosso segundo maior parceiro comercial, diga-se de passagem.
Setores na mira
Os alvos principais? Aço, alumínio, suco de laranja e até mesmo alguns produtos manufaturados. Coincidência ou não, justamente áreas onde o Brasil vem ganhando espaço nos últimos anos. "É um tiro no pé", comenta um economista que prefere não se identificar, "porque no fim quem paga a conta é o consumidor americano".
Detalhe curioso: o estudo considerou três cenários diferentes de aumento tarifário. No pior deles — aquele que faria qualquer empresário suar frio —, os prejuízos chegariam a US$ 3,6 bilhões. Convertendo para reais, dá quase R$ 20 bilhões evaporando da nossa economia como água no deserto.
E agora, José?
O governo brasileiro, claro, não ficou parado. Fontes do Ministério da Economia revelam que já estão sendo estudadas medidas de resposta. A questão é: até que ponto podemos revidar sem piorar a situação? Afinal, os EUA são um parceiro comercial gigantesco — representando cerca de 14% de tudo que exportamos.
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"Temos que ser espertos", diz um diplomata experiente, "porque guerra comercial nunca tem vencedor. Só perdedores menos pior". A verdade é que o timing não poderia ser pior — com a economia global ainda se recuperando da pandemia e os custos logísticos nas alturas.
Enquanto isso, os industriais brasileiros seguem de olho no noticiário político americano. Porque quando Trump fala em tarifas, é melhor levar a sério — a experiência passada já mostrou que ele não brinca em serviço. Resta saber se o Brasil conseguirá driblar essa nova tempestade comercial ou se terá que engolir mais esse sapo.