As cidades de Sorocaba e Jundiaí, no interior de São Paulo, consolidaram sua posição como importantes motores econômicos do estado. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 19 de dezembro revelam que, juntas, as duas municípios são responsáveis por 3,6% de toda a riqueza produzida em São Paulo. A informação faz parte da pesquisa PIB dos Municípios, referente aos anos de 2022 e 2023.
Os números que destacam as duas cidades
O levantamento do IBGE, que analisou mais de 640 municípios paulistas, coloca Jundiaí na 8ª posição no ranking estadual do PIB em 2023. A cidade registrou um Produto Interno Bruto total de R$ 65,418 bilhões, o que representa aproximadamente 1,9% da economia de São Paulo. Um dado que chama a atenção é o PIB per capita local, que atingiu a marca expressiva de R$ 147.597,65.
Já Sorocaba ocupa a 10ª colocação no estado e a 24ª posição em nível nacional. O valor total gerado pela cidade foi de R$ 58,816 bilhões, correspondendo a 1,7% do PIB paulista. O PIB por habitante em Sorocaba ficou em R$ 81.273,66. Apesar da diferença significativa no indicador per capita em relação a Jundiaí, especialistas explicam que a comparação direta requer cautela.
Vocação econômica explica as diferenças
Para o professor de economia Roque Pinto de Camargo Neto, da Universidade Anhembi Morumbi Sorocaba, a disparidade nos valores per capita é comum e reflete a vocação econômica distinta de cada município. Ele destaca que cidades com PIBs per capita muito elevados geralmente possuem características específicas, como uma forte concentração industrial que atrai mão de obra de toda a região, ou a presença de portos e complexos logísticos de grande porte.
"Quando se trata de crescimento econômico, a vocação também é relevante", afirma o economista. "Por exemplo, Sorocaba pode se beneficiar no crescimento quando há uma expansão mais forte em serviços, e Jundiaí pode se beneficiar em momentos em que a economia industrial esteja mais acelerada".
Camargo Neto também alerta para o chamado efeito 'transbordamento' entre cidades de uma mesma região metropolitana. Fatores como a circulação de trabalhadores entre municípios e a divisão de resultados contábeis de grandes empresas podem distorcer análises superficiais. Ele cita o exemplo da relação entre Sorocaba e Votorantim, onde os benefícios econômicos frequentemente são compartilhados.
O peso da capital e a importância do interior
Os dados do IBGE reafirmam a enorme concentração de riqueza na capital paulista. Sozinha, a cidade de São Paulo responde por 30,9% do PIB estadual, com um montante de R$ 1,066 trilhão. Esse cenário torna a performance de cidades do interior, como Jundiaí e Sorocaba, ainda mais notável, demonstrando a diversificação e a robustez da economia paulista para além da metrópole.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada área, geralmente em um ano. A metodologia do IBGE contabiliza apenas os produtos finais para evitar dupla contagem, oferecendo um retrato fiel da geração de riqueza em cada município, estado ou país.
A sólida posição de Sorocaba e Jundiaí no ranking econômico evidencia o papel estratégico do interior no desenvolvimento de São Paulo e do Brasil, com cada cidade contribuindo a partir de suas próprias forças e especializações.