O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) manifestou forte crítica à manutenção dos juros básicos da economia em 15% ao ano, mesmo diante das projeções de queda da inflação. A posição foi divulgada antes mesmo do anúncio oficial do Copom na quarta-feira.
Contradição nas projeções econômicas
De acordo com a entidade, que representa o principal braço da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), existe uma clara contradição entre as expectativas de inflação em declínio e a política monetária restritiva mantida pelo Banco Central.
O Ciesp baseia sua argumentação no Boletim Focus de 03 de novembro, que apontou pela sexta semana consecutiva a expectativa de queda da inflação. Para os industriais paulistas, o consenso em manter os juros elevados representa um obstáculo significativo para uma retomada mais robusta da economia brasileira.
Impactos na competitividade industrial
A manutenção da Selic em patamares elevados, segundo a entidade, soa contraditória com o cenário econômico atual e prejudica diretamente a competitividade da indústria nacional. O ambiente de juros altos limita o potencial de expansão do setor produtivo e dificulta os investimentos necessários para o crescimento sustentável.
O economista da Fiesp, Igor Rocha, foi um dos entrevistados no programa Mercado desta sexta-feira, 7 de novembro de 2025, onde aprofundou a análise sobre esse cenário contraditório. O programa, apresentado por Veruska Costa Donato, também discutiu outros temas relevantes como a COP30 e os efeitos do shutdown no setor aéreo dos Estados Unidos.
Reflexos na economia real
A crítica do Ciesp reflete a preocupação do setor industrial com os reflexos da política monetária na economia real. Enquanto as projeções indicam controle inflacionário, o custo do crédito elevado continua pressionando as empresas e dificultando a retomada dos investimentos produtivos.
O resultado da reunião do Comitê de Política Monetária parece ter ecoado essas preocupações, embora mantendo a taxa básica de juros inalterada. A entidade defende que é necessário reavaliar a estratégia monetária para não comprometer o potencial de crescimento da indústria nacional em um momento de estabilização dos preços.