O cenário está mais do que favorável para o setor avícola brasileiro — e quem ganha com isso é todo mundo. Enquanto as exportações de ovos bateram um crescimento absurdo de 192% no primeiro semestre, os preços no mercado interno deram uma bela desacelerada. Parece milagre? Nem tanto. A explicação está numa combinação de fatores que vão desde a alta do dólar até a crise sanitária em outros países produtores.
Os números são de cair o queixo: só entre janeiro e junho, o Brasil embarcou 19,2 mil toneladas de ovos para o exterior. Um salto e tanto comparado às míseras 6,6 mil toneladas do mesmo período em 2023. E olha que interessante — os principais compradores foram nações que tradicionalmente nem olhavam para nossa produção, como os Emirados Árabes Unidos e Omã.
Por que o ovo virou o queridinho?
Três motivos principais explicam essa febre exportadora:
- Custo-benefício imbatível: Com o dólar nas alturas, nossos produtos ficaram muito mais atrativos
- Problemas alheios: Surtos de gripe aviária em grandes produtores como EUA e Argentina
- Mudança de hábitos: A busca por proteínas mais baratas em meio à crise global
E tem mais — a indústria nacional investiu pesado em qualidade e rastreabilidade nos últimos anos. Aquele ovo fresquinho que você compra no mercado agora tem certificações internacionais de peso. Quem diria, hein?
E o consumidor brasileiro? Saiu no lucro!
Aqui dentro, a história é outra. Com tanta produção indo pra fora, seria de esperar que os preços disparassem, certo? Errado. Acontece que as granjas aumentaram a capacidade produtiva pra dar conta da demanda externa sem descuidar do mercado interno. Resultado? A caixa de ovos que custava R$ 20 no começo do ano agora pode ser encontrada por até R$ 15 em algumas regiões.
"É raro ver um cenário onde todo mundo sai ganhando", comenta o economista rural João Pedro Almeida. "O produtor vende mais caro lá fora, o consumidor paga menos aqui dentro, e o país ainda fatura em dólares. Parece até conto de fadas, mas são as leis do mercado funcionando."
Claro que nem tudo são flores. Alguns especialistas alertam que, se a demanda internacional continuar nesse ritmo, os preços internos podem sofrer pressão no médio prazo. Mas por enquanto, tá valendo — pode ir fazer aquela omelete reforçada sem culpa!
