
Não é de hoje que o campo sente o peso da desatenção — mas desta vez, o recado veio com endereço certo. Em nota contundente divulgada nesta segunda-feira (15), entidades do agronegócio brasileiro cravaram o dedo na ferida: o governo federal estaria promovendo uma "pauta estéril", distante das urgências do setor que responde por 27% do PIB nacional.
"Quando a gente fala em segurança jurídica, eles ouvem 'privilegiar ruralistas'. Quando cobramos infraestrutura, chamam de 'grito elitista'" — desabafa um trecho do manifesto, que circulou entre associações antes de vir a público. Detalhe: o tom não é de pedido, mas de ultimato.
O que está em jogo?
Três eixos centrais aparecem como pontos de ruptura:
- Licenciamento ambiental: "Exigências bizantinas" que emperram colheitas
- Custos operacionais: Combustível e insumos pesando mais que o grão no caminhão
- Crédito rural: Linhas de financiamento que sumiram como água no sertão
Curiosamente, o texto evita nomes — mas as entrelinhas apontam para medidas recentes do Ministério do Meio Ambiente que, segundo produtores, "transformam o Cerrado em vilão enquanto importamos soja de áreas desmatadas no exterior".
E o diálogo?
Ah, essa é a parte que mais dói. "Mandamos relatórios grossos como bíblia de bancada, recebemos respostas de três linhas", dispara um líder sindical que preferiu não se identificar. O clima? Nem precisava dizer — está mais tenso que porteira de curral no dia da vacina.
Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização esquenta. De um lado, ambientalistas celebram a "resistência do governo". Do outro, produtores postam vídeos de silos vazios com a hashtag #AgroÉMasNãoSóIsso. O meio-termo? Bem... parece commodity rara no mercado atual.