Tarcísio reúne empresários em SP para discutir impacto da tarifa de Trump no agronegócio
Tarcísio discute tarifas de Trump com empresários em SP

Numa jogada que mistura diplomacia econômica e pragmatismo político, o governador Tarcísio de Freitas sentou-se nesta segunda-feira (15) com cerca de 20 caciques do setor produtivo paulista. O motivo? Aquele elefante na sala que ninguém quer ignorar: as ameaças de novas tarifas de Donald Trump contra produtos brasileiros.

O clima no Palácio dos Bandeirantes lembrava aqueles dias tensos antes de uma tempestade — todo mundo sabe que vai cair o mundo, mas ninguém quer ser o primeiro a mencionar o guarda-chuva. "É hora de unir forças, não de entrar em pânico", teria dito Tarcísio, segundo fontes próximas ao encontro.

Setores em alerta máximo

Na mesa, três pilares da economia paulista:

  • Café: Aquele que já foi chamado de "ouro verde" e hoje respira sob a ameaça de taxações que podem chegar a 30%
  • Carne: Setor que vive entre recordes de exportação e o fantasma de barreiras sanitárias disfarçadas de protecionismo
  • Metalurgia: A espinha dorsal industrial que sente na pele cada sobressalto nas relações comerciais

Curiosamente, enquanto os empresários falavam em números e porcentagens, o governador — que tem lá suas manias de ex-ministro — preferia metáforas de guerra. "Não vamos entregar os pontos sem lutar", disparou, num tom que lembrava mais um general preparando as tropas do que um burocrata discutindo política comercial.

O xadrez geopolítico

Entre um café e outro (ironicamente, o produto em risco), os presentes traçaram um panorama que vai muito além das fronteiras paulistas. Afinal, quando Trump fala em "America First", o Brasil inteiro escuta — e treme. Principalmente São Paulo, que responde por boa parte das exportações ameaçadas.

Não é exagero dizer que o encontro teve um quê de reunião de crise. Alguns participantes até brincaram (será?) que faltaram apenas os coletes à prova de balas. No final, o que ficou claro é que, enquanto Washington brinca de roleta russa com a economia global, o Brasil precisa aprender a dançar conforme a música — mesmo quando a melodia é desafinada.