
Parece brincadeira, mas é a pura realidade: enquanto muitas regiões do Brasil sofrem com a falta d'água, Piracicaba simplesmente deixa escorrer pelo ralo um volume que deixaria qualquer gestor público de cabelos em pé. Dados recentes mostram que a cidade regrediu no ranking nacional de saneamento básico — e olha que a situação já não era lá essas coisas.
Números que doem no bolso (e na consciência)
Segundo o levantamento, mais de 40% da água tratada se perde na distribuição. Traduzindo para números redondos? Cerca de 80 milhões de litros POR DIA vão literalmente para o buraco. Daria para encher 30 piscinas olímpicas ou abastecer 15 mil famílias de quatro pessoas. Algo está muito errado nessa equação, não?
E não é só isso:
- Queda de 12 posições no ranking nacional em apenas um ano
- Pior desempenho entre as cidades paulistas de médio porte
- Índice de perdas 60% acima da média nacional
O preço do descaso
Enquanto isso, o cidadão paga a conta — literalmente. Especialistas calculam que essas perdas representam um rombo anual de R$ 35 milhões nos cofres públicos. Dinheiro que poderia estar sendo investido em saúde, educação ou, ironicamente, em melhorias no próprio sistema de abastecimento.
"É como ter um vazamento no salário todo mês e fingir que não vê", compara o engenheiro hídrico Marcelo Costa, que participou do estudo. Ele destaca que o problema não é exclusividade de Piracicaba, mas aqui atingiu níveis críticos.
De quem é a culpa?
Aí é que está o pulo do gato. As causas são várias — e nenhuma novidade:
- Redes antigas e mal conservadas (algumas com mais de 50 anos!)
- Falta de investimentos sistemáticos
- Fiscalização deficiente
- Gestão fragmentada dos serviços
O pior? Problemas assim não se resolvem da noite para o dia. Enquanto a conta não chega para todos — e ela vai chegar —, o jeito é torcer para que as autoridades acordem antes que os reservatórios sequem de vez.