
Eis que o Ministério da Agricultura resolveu dar uma guinada no caso da Cooperativa A — aquela mesma que virou notícia depois de uma operação da PF em Santa Catarina. Quem diria, hein? A suspensão do registro, que parecia ter vindo para ficar, foi simplesmente revogada nesta terça-feira (16).
Parece que alguém acordou com o pé direito no Planalto. A portaria publicada no Diário Oficial da União — aquela que ninguém lê, mas todo mundo cita — tirou a cooperativa da geladeira. E olha que a coisa tinha esquentado: a operação "Grão Certo" da PF, em maio, encontrou irregularidades que fariam qualquer contador tremer na base.
O que rolou nos bastidores?
Fontes próximas ao caso — dessas que falam sob condição de anonimato — contam que o Ministério levou em consideração "novos elementos" (leia-se: muita pressão política e documentos que apareceram do nada). A cooperativa, que movimenta uma grana preta no agronegócio catarinense, garantiu ter "regularizado todas as pendências". Será?
Detalhe curioso: enquanto isso, o inquérito da PF continua rolando a todo vapor. Os investigadores não parecem muito convencidos com essa reviravolta burocrática. "A gente segue com as apurações independentemente da decisão administrativa", soltou um delegado que prefere não ter o nome estampado por aí.
E agora, José?
Os produtores rurais da região — aqueles que dependem da cooperativa para escoar a produção — estão divididos entre alívio e desconfiança. "Melhor ter registro do que ficar no limbo", filosofa um agricultor enquanto toma chimarrão. Já os concorrentes não disfarçam o mau humor: "Isso aí é passar pano pra irregularidade", resmunga o dono de um armazém em Chapecó.
O Ministério, por sua vez, garante que a decisão foi técnica e não política (risos). Eles alegam que a cooperativa apresentou "comprovantes robustos" de adequação. Resta saber se a PF vai engolir essa versão ou se o caso ainda vai dar pano pra manga.