
O plenário da Câmara dos Deputados deu um passo importante — e, diga-se de passagem, bastante controverso — nesta quarta-feira. Aprovou, em primeiro turno, um projeto que não vai deixar ninguém indiferente: a criação de nada menos que 514 novos cargos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Parece muito? Pois é exatamente o que muita gente está questionando. A proposta, que já vinha sendo chamada de "inchamento da máquina pública" por críticos, recebeu luz verde dos parlamentares. E olha que o debate foi acalorado, com direito a troca de farpas entre governo e oposição.
O que está em jogo?
O TSE alega que precisa dessa ampliação para dar conta do recado — especialmente depois da enxurrada de mudanças nas regras eleitorais nos últimos anos. Segundo o tribunal, trata-se de cargos "estratégicos" para garantir eleições mais seguras e eficientes.
- 227 cargos de analista judiciário
- 287 vagas para técnico judiciário
- Todos com salários iniciais acima de R$ 10 mil
Mas é claro que nem todo mundo comprou essa justificativa. Alguns deputados chegaram a ironizar: "Será que não dá pra fazer mais com menos, como todo mundo tem feito na crise?". Outros foram mais diretos: "Isso é um absurdo em pleno ajuste fiscal".
O outro lado da moeda
Os defensores do projeto rebatem com dados — e uma certa dose de dramaticidade. "Ou investimos na estrutura do TSE agora, ou corremos o risco de ter problemas graves nas próximas eleições", alertou um relator. Eles argumentam que, desde 2018, a demanda por fiscalização aumentou exponencialmente.
Entre os pontos levantados:
- Crescimento das fake news eleitorais
- Nova legislação sobre transparência de campanhas
- Maior complexidade do processo eleitoral digital
O projeto ainda precisa passar por segundo turno na Câmara antes de seguir para o Senado. Enquanto isso, a discussão promete esquentar os corredores do Congresso — e, muito provavelmente, as redes sociais também.