Papa Leão XIV encerra visita à Turquia e parte para Líbano
Papa encerra visita à Turquia e vai para Líbano

O Papa Leão XIV concluiu neste domingo, 30 de novembro de 2025, sua visita histórica à Turquia e partiu rumo ao Líbano, marcando a segunda etapa de sua primeira viagem internacional desde que assumiu o comando da Igreja Católica em maio passado.

Partida com incidente técnico

Roberto Prevost, nome de batismo do pontífice, embarcou para Beirute em um avião A320 da ITA Airways após uma situação inesperada. As equipes técnicas precisaram realizar a troca de um monitor de bordo da aeronave devido a um recall urgente convocado pela fabricante Airbus. O problema estava relacionado ao risco de danos causados por radiação solar intensa.

Marcos da visita à Turquia

A passagem do Papa pela Turquia foi repleta de simbolismo religioso. Em Iznik, ele celebrou os 1,7 mil anos do Concílio de Niceia, considerado o primeiro evento a resolver controvérsias teológicas no cristianismo primitivo, incluindo debates sobre a natureza divina de Jesus.

Em Istambul, Leão XIV visitou a Mesquita Azul, um dos principais templos muçulmanos do país. Entretanto, o pontífise manteve sua posição e recusou-se a rezar no local, mantendo a tradição católica.

Esforços pela unidade cristã

Os últimos compromissos do Papa em território turco incluíram uma visita à Catedral Armênia Apostólica e participação na Divina Liturgia no Patriarcado de Constantinopla, que exerce a liderança espiritual dos ortodoxos.

Em discurso dirigido aos ortodoxos, Leão XIV fez um apelo emocionante: "Houve muitos mal-entendidos e até conflitos entre cristãos de diferentes igrejas no passado, e ainda existem obstáculos que nos impedem de estar em plena comunhão, mas não devemos recuar em nosso compromisso com a unidade".

O pontífise acrescentou que "neste tempo de conflitos sangrentos e violência, católicos e ortodoxos são chamados a ser construtores da paz".

Resposta do Patriarcado de Constantinopla

O patriarca Bartolomeu, por sua vez, fez alertas importantes durante o encontro. Ele afirmou que os cristãos "não podem ser cúmplices do derramamento de sangue que está ocorrendo na Ucrânia e em outras partes do mundo".

Bartolomeu também destacou que os fiéis não podem "permanecer indiferentes às injustiças" sofridas pelos mais fracos nem "ignorar os problemas das mudanças climáticas".

A viagem do Papa Leão XIV representa um significativo passo nos esforços da Santa Sé para aproximar as diferentes religiões cristãs, mantendo o diálogo em meio às diferenças históricas e teológicas que ainda separam as igrejas.