
O Censo 2022, realizado pelo IBGE, trouxe uma revelação impactante para o Acre: pela primeira vez na história, os evangélicos superaram os católicos em número de fiéis no estado. Essa mudança reflete uma tendência nacional, mas com particularidades locais que chamam a atenção.
O cenário religioso no Acre
Segundo os dados divulgados, 49,3% da população acreana se declara evangélica, enquanto 42,1% se identifica como católica. Há dez anos, no Censo de 2010, a proporção era inversa: os católicos representavam 60,6% e os evangélicos, 31,4%.
O que explica essa mudança?
Especialistas apontam alguns fatores para essa transformação:
- Crescimento das igrejas evangélicas: especialmente as pentecostais e neopentecostais, que têm investido em presença local e comunicação.
- Mudanças sociais: maior urbanização e conexão com tendências nacionais.
- Questões culturais: adaptação de linguagem e abordagem das denominações evangélicas.
Comparação com o resto do Brasil
O Acre acompanha, de forma acelerada, uma tendência nacional. No país como um todo, os evangélicos já são 31,8% da população, enquanto os católicos caíram para 49,4% – ainda maioria, mas em declínio constante.
No entanto, o estado se destaca por ter uma das maiores proporções de evangélicos do Brasil, superando até mesmo regiões tradicionalmente mais influenciadas por essas denominações, como partes do Norte e Nordeste.
Impactos sociais e políticos
Essa mudança religiosa tem reflexos em outras esferas:
- Comportamento eleitoral: o voto evangélico tem se tornado um fator decisivo em eleições locais.
- Cultura: influência em debates sobre costumes e políticas públicas.
- Economia: crescimento de negócios vinculados a igrejas, como emissoras de rádio e produtos religiosos.
Os dados completos do Censo 2022 estão disponíveis no site do IBGE, com análises detalhadas por município e perfil socioeconômico.