Clássico alemão vencedor do Nobel de 1999 ganha nova edição no Brasil — uma joia literária redescoberta
Nobel de Literatura de 1999 relançado no Brasil

Quem diria que um gigante das letras germânicas voltaria a ocupar as prateleiras brasileiras com tanto estilo? A editora Cosac Naify — sim, aquela mesma que sempre surpreende — decidiu dar nova vida a "O Tambor", a obra-prima do alemão Günter Grass que sacudiu o mundo literário ao ganhar o Nobel em 1999.

Não se trata de um mero reprint, mas de uma verdadeira ressurreição editorial. A nova edição vem com:

  • Tradução revista e atualizada — porque línguas vivas merecem cuidados constantes
  • Posfácio inédito assinado por um crítico literário brasileiro (surpresa guardada a sete chaves)
  • Ilustrações originais do próprio Grass, que pouca gente sabe ser também artista visual

Por que esse livro ainda ecoa?

Mais de seis décadas após sua primeira publicação, a história de Oskar Matzerath — o menino que decide parar de crescer em protesto contra o mundo adulto — continua a cutucar nossas certezas. É daquelas narrativas que, como um bom vinho, só melhoram com o tempo.

"É impressionante como Grass consegue misturar o grotesco com o poético", comenta Maria Fernanda, livreira de São Paulo que já vendeu o livro em três edições diferentes. "Os clientes sempre voltam para falar como a releitura revela camadas novas."

Um presente para novas gerações

Para os editores, o relançamento não é só nostalgia. "Temos uma geração inteira que pode descobrir Grass agora", explica o editor-chefe, que prefere não estragar a surpresa sobre os extras da edição. "Fizemos um trabalho quase arqueológico com os materiais de arquivo."

O timing não poderia ser melhor. Numa era de polarizações e verdades relativas, a complexidade moral da obra de Grass — que nunca teve medo de ambiguidades — parece falar diretamente ao nosso tempo. Como diria o próprio Oskar: às vezes é preciso bater tambor contra o ruído do mundo.