O ator Xamã, de 36 anos, está vivendo um momento peculiar em sua carreira. Presente em duas produções simultâneas, o artista repete um padrão que tem marcado sua trajetória na teledramaturgia: o personagem envolvido com o crime.
Duas produções, mesma essência criminosa
Atualmente, Xamã pode ser visto em Três Graças, novela das 9 da Globo, onde interpreta Bagdá, o chefão do tráfico na comunidade fictícia da Chacrinha. Paralelamente, na Netflix, ele vive Búfalo, um bicheiro inspirado em Bernardo Belo, em Os Donos do Jogo.
Os dois personagens compartilham a mesma natureza sombria e a conexão com atividades ilegais, reforçando um tipo específico que a televisão parece ter reservado para o ator.
Histórico de papéis no universo do crime
Este não é um fenômeno recente na carreira de Xamã. Seu primeiro papel de destaque na televisão já indicava essa tendência. Em Renascer (2024), o ator interpretou Damião, um matador de aluguel inicialmente contratado para assassinar José Inocêncio, personagem de Marcos Palmeira.
Embora o personagem posteriormente se tornasse aliado do protagonista, permaneceu inserido no universo da violência. Sua relação intensa com Eliana, vivida por Sophie Charlotte, consolidou ainda mais a imagem do perigoso sedutor.
O padrão se repetiu na segunda temporada de Justiça, série de Manuela Dias, onde Xamã interpretou Naldinho, integrante de uma facção criminosa responsável por arrastar Milena (Nanda Costa) de volta ao crime.
Um talento versátil preso a um estereótipo
A sequência de personagens similares evidencia duas realidades contrastantes sobre a carreira de Xamã. Por um lado, demonstra sua versatilidade e talento em interpretações intensas e complexas. Por outro, revela uma limitação imposta pela indústria do entretenimento.
O acúmulo de papéis no universo criminal levanta questões importantes sobre como a televisão brasileira continua enxergando o ator predominantemente dentro deste estereótipo, desperdiçando oportunidades de explorar novas facetas de seu potencial artístico.
Enquanto Xamã segue brilhando como Bagdá em Três Graças, aterrorizando a comunidade fictícia e personagens como Raul (Paulo Mendes) e Joelly (Alana Cabral), e como Búfalo na Netflix, ambicioso por poder no submundo do jogo do bicho, fica a pergunta: quando veremos o ator em papéis que explorem outras dimensões de seu talento?