O SBT decidiu reagir às fortes críticas que recebeu após a presença do presidente Lula na estreia do SBT News. A resposta da emissora foi um convite direto ao senador Flávio Bolsonaro, que confirmou sua participação no Programa do Ratinho na noite desta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025.
Críticas de Zezé Di Camargo acendem crise na emissora
A polêmica começou quando figuras públicas, com destaque para o cantor Zezé Di Camargo, manifestaram descontentamento com a participação do presidente Lula no lançamento do novo noticiário da rede. As críticas ganharam força nas redes sociais e colocaram a direção do SBT em uma situação delicada, pressionada por parte de seu público e de artistas ligados à casa.
Diante desse cenário, a assessoria do canal confirmou para a coluna GENTE que a decisão de convidar o senador Flávio Bolsonaro foi uma medida de reação direta ao mal-estar gerado. O parlamentar, que recentemente anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República, representa um polo político oposto ao do chefe do Executivo que visitou a emissora.
O convite partiu do próprio Ratinho
A iniciativa de buscar o equilíbrio político no canal veio do próprio apresentador. Ratinho entrou em contato com Flávio Bolsonaro nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, estendendo o convite para que ele fosse ao seu programa ainda no mesmo dia. A rápida articulação demonstra a urgência com que o SBT tratou a crise de imagem.
A participação do senador no programa de auditório, um dos mais tradicionais da televisão brasileira, aconteceu na noite do dia 15, gerando expectativa sobre o teor de suas declarações e a repercussão que teriam junto ao público.
Emissora busca equilíbrio em meio à polarização
A atitude do SBT ilustra um movimento comum na mídia brasileira em períodos de alta polarização política: a busca por um equilíbrio de narrativas e representatividade nas suas grades de programação. Ao abrir espaço para uma figura de destaque da oposição logo após receber o presidente, a emissora sinaliza uma tentativa de se posicionar como um espaço plural.
O episódio também coloca em evidência a influência que artistas e formadores de opinião, como Zezé Di Camargo, exercem sobre as decisões internas de grandes redes de televisão. A crise, iniciada por uma crítica pública, foi rapidamente contornada com uma ação de impacto, mostrando a sensibilidade do meio de comunicação à opinião de seus colaboradores e audiência.
O desfecho dessa estratégia, no entanto, só será conhecido com o tempo, medido pela reação do público e pelo possível fim das críticas internas. Por enquanto, o SBT demonstrou agilidade em administrar uma crise que uniu entretenimento, política e a complexa relação das emissoras com o poder.
