O ano de 2025 reservou uma montanha-russa de emoções para a roteirista Manuela Dias. Após alcançar o topo do sucesso com a segunda temporada de Justiça 2, a autora enfrentou críticas severas com o remake de Vale Tudo e um desentendimento público com a atriz Taís Araújo, em um período que foi do céu ao inferno.
O ápice: o fenômeno 'Justiça 2' no Globoplay
Lançada em 2024 na plataforma Globoplay, Justiça 2 consolidou de vez Manuela Dias entre os grandes nomes da nova geração de escritores da TV Globo. A produção, que era uma sequência da primeira temporada exibida em 2016, mudou a trama para o Distrito Federal e apresentou histórias densas de quatro personagens presos no mesmo dia, forçados a encarar as consequências de ações cometidas sete anos antes.
Com elenco estrelado por Nanda Costa, Belize Pombal, Juan Paiva e Murilo Benício, a série rapidamente se tornou um fenômeno de audiência. O sucesso foi tão expressivo que ultrapassou a novela Renascer (2024) e se tornou o título mais assistido do streaming da Globo na época. Esse triunfo colocou Manuela Dias em 2025 em uma posição privilegiada, totalmente credenciada para um retorno ao horário nobre e para projetos ambiciosos.
A queda: o conturbado remake de 'Vale Tudo'
O projeto escolhido foi justamente um dos mais emblemáticos: a releitura de Vale Tudo, novela original de 1988 dos consagrados Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A missão era grandiosa, feita em homenagem aos 60 anos da TV Globo. No entanto, o resultado final ficou muito aquém das expectativas e do sucesso anterior de Manuela.
Longe de ser uma homenagem coesa, o remake se transformou em uma verdadeira colcha de retalhos narrativa. Os espectadores e críticos apontaram uma série de problemas, incluindo erros grosseiros de continuidade, mudanças bruscas e pouco justificadas no arco de personagens e uma excessiva quantidade de ações publicitárias integradas à trama, que em muitos momentos beiravam o cômico.
O único respiro amplamente reconhecido foi a atuação de Debora Bloch como a vilã Odete Roitman, interpretada com maestria. Contudo, até esse ponto positivo foi alvo de polêmica. Manuela Dias decidiu reposicionar Odete como uma protagonista e alterar radicalmente seu destino, mantendo-a viva no desfecho da trama, o que desviou-se da obra original.
O conflito nos bastidores: a queixa de Taís Araújo
A turbulência em torno de Vale Tudo, porém, não terminou com a exibição do último capítulo. Alguns dias após o fim da novela, veio a público a informação de que a atriz Taís Araújo havia formalizado uma reclamação contra Manuela Dias no setor de compliance da TV Globo.
O motivo foi um desentendimento entre as duas sobre os rumos do personagem de Taís, Raquel, no decorrer do remake. Manuela Dias, por sua vez, não ficou quieta e apresentou uma acusação contra a atriz, alegando que ela teria infringido o código de ética da emissora. O caso abalou os bastidores e marcou um período intenso e difícil para todos os envolvidos.
Assim, a trajetória de Manuela Dias em 2025 ficou marcada por um contraste brutal. Se por um lado ela provou seu talento e capacidade de criar um fenômeno de audiência com Justiça 2, por outro, enfrentou o desafio de lidar com as críticas a um remake de grande expectativa e um conflito pessoal que extrapolou os estúdios. Um ano que, definitivamente, colocou a roteirista no centro dos holofotes, tanto pelos acertos quanto pelas polêmicas.