A cantora Madonna aproveitou o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta segunda-feira (1º), para fazer uma crítica contundente ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O motivo foi a decisão de seu governo de retirar a data do calendário oficial americano.
Críticas à tentativa de apagar a memória
Em uma publicação feita em suas redes sociais para homenagear o dia, a artista afirmou que a medida tenta apagar a memória de uma crise de saúde que "por quatro décadas foi reconhecida internacionalmente" e que marcou milhões de famílias em todo o mundo.
"Uma coisa é ordenar que agentes federais deixem de comemorar este dia, mas pedir ao público geral para fingir que ele nunca existiu é ridículo, é absurdo, é impensável", escreveu Madonna. Ela completou, com emoção: "Aposto que ele nunca viu seu melhor amigo morrer de Aids, segurou sua mão e viu o sangue sumir do rosto deles enquanto davam seu último suspiro aos 23 anos".
Experiência pessoal e homenagens contínuas
A diva do pop também falou sobre sua experiência pessoal com a epidemia. "A lista de pessoas que conheci, amei e perdi para a Aids é bem longa. Tenho certeza de que muitos de vocês aí podem se identificar", disse. Ela reforçou a importância de não esquecer a doença: "Deixe-me dizer mais uma vez - ainda não existe cura para a Aids, e pessoas ainda morrem por causa dela. Eu me recuso a aceitar que essas pessoas morreram em vão".
Madonna concluiu a mensagem afirmando que continuará honrando a data e espera que seus fãs também apoiem a causa. Este não é um posicionamento isolado da cantora. Em 2018, ela já havia lembrado publicamente do amigo Martin Burgoyne, que morreu vítima da doença.
Nos últimos anos, ela levou essa homenagem para os palcos da turnê "Celebration", que celebrou seus 40 anos de carreira. No show realizado no Rio de Janeiro, ela transformou a música "Live to Tell" em um memorial, exibindo fotos de amigos e artistas que faleceram em decorrência do HIV. Em 2023, lançou um vídeo ao vivo da mesma canção, novamente dedicado "às vidas perdidas para a Aids e às pessoas que ainda vivem com HIV".
Brasil avança no combate ao HIV
Enquanto a discussão sobre a memória da doença segue em pauta, o Brasil apresenta avanços significativos no combate ao vírus. O Ministério da Saúde anunciou que o país eliminou a transmissão vertical do HIV, que ocorre da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação.
O feito atingiu as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2024, a taxa de transmissão vertical ficou abaixo de 2%, e os casos infantis foram inferiores a 0,5 por mil nascidos vivos.
Outro dado positivo é a redução na mortalidade. As mortes por Aids no país caíram 13%, registrando menos de 10 mil óbitos no período analisado. Esses números mostram a importância de políticas públicas contínuas e da conscientização da sociedade, temas defendidos por Madonna e por tantos outros ativistas ao longo das últimas décadas.
