Galisteu vs Xuxa: A guerra das narrativas sobre Ayrton Senna
Disputa de narrativas sobre amor de Ayrton Senna

A disputa pelas narrativas da vida amorosa de Ayrton Senna ganhou novos capítulos no cenário do streaming. Cerca de um ano após o lançamento da série Senna pela Netflix, chegou ao catálogo da HBO Max o documentário Meu Ayrton, por Adriane Galisteu.

Duas produções, duas histórias

Enquanto a produção da Netflix, feita com apoio da família do piloto, dedicou atenção especial ao relacionamento de Senna com Xuxa Meneghel, agora com 62 anos, a presença de Adriane Galisteu, de 52 anos, foi significativamente reduzida. Na série original, a então namorada do ídolo na época de sua morte apareceu por pouco mais de dois minutos, gerando críticas sobre sua exclusão da história.

O novo documentário surge como uma resposta direta a essa representação limitada. Galisteu, que estava ao lado de Senna quando ele faleceu, assume o centro da narrativa na produção da HBO Max, contando em primeira pessoa suas memórias íntimas e os bastidores do relacionamento.

Contraste de abordagens

As duas obras evidenciam escolhas estéticas e de gênero bastante distintas. De um lado, a Netflix optou por uma ficção baseada em fatos com acesso amplo a arquivos e o aval da família, construindo um retrato mais oficial onde Xuxa aparece como peça-chave no imaginário público sobre o ídolo.

Do outro lado, a HBO Max abre espaço para que Galisteu reivindique seu lugar na história e questione a representação que recebeu na dramatização. A produção não conta com a participação da família Senna nem de Xuxa, que não aceitaram o convite para participar.

Quem controla a história?

O contraste entre as duas produções vai além das escolhas narrativas e revela uma batalha sobre quem detém o controle da história do ídolo brasileiro. Enquanto uma versão recebeu o selo de aprovação familiar, a outra traz o testemunho pessoal de quem viveu os momentos finais ao lado do piloto.

No final, ambas as produções iluminam lados diferentes do mesmo personagem e reforçam uma verdade fundamental: biografias audiovisuais são, antes de tudo, pontos de vista. Cada uma oferece uma perspectiva única sobre a vida amorosa de um dos maiores ícones do esporte brasileiro.

O lançamento do documentário aconteceu em 15 de novembro de 2025, marcando um novo capítulo na eterna discussão sobre como contar a história de figuras públicas. A polêmica, que havia sido exposta na série da Netflix, agora ganha novos contornos com a visão direta de Adriane Galisteu.