A final do Mundial de Clubes da FIFA entre Flamengo e Paris Saint-Germain, marcada para esta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, é o centro das atenções do futebol global. Em análise no programa Bola Quadrada, da VEJA, os editores Amauri Segalla e Fábio Altman defenderam um argumento que anima a torcida rubro-negra: pela primeira vez em anos, um clube brasileiro tem chances concretas de superar um europeu em uma decisão.
Momento histórico e calendário favorável ao Flamengo
Segundo Amauri Segalla, o Flamengo vive um momento raro de competitividade internacional. Ele avalia que, desde a vitória do Corinthians sobre o Chelsea em 2012, nenhum time do Brasil chegou a uma final deste porte em condições tão equilibradas em relação ao adversário europeu.
O comentarista destacou que o calendário foi um aliado importante. O clube carioca chega embalado por uma boa sequência no Campeonato Brasileiro e pelo título recente da Libertadores, o que garante confiança e ritmo de jogo. Fábio Altman reforçou que o time "está voando" no fim da temporada e que, em caso de conquista, a campanha poderá ser considerada uma das melhores da história do futebol nacional.
Os analistas também observaram que a ausência do Flamengo na Copa do Brasil, ironicamente, pode ter sido benéfica, evitando uma sobrecarga ainda maior no calendário e permitindo maior foco nas competições que disputou.
PSG: desfalques e a tradição europeia de fazer "o necessário"
Do lado francês, a análise do Bola Quadrada apontou fatores que podem equilibrar a balança. O PSG chega desfalcado, com problemas físicos em jogadores importantes, e carrega a frustração de não ter vencido um título internacional recentemente.
Além disso, foi lembrada a tradição de certa frieza dos clubes europeus com a competição de fim de ano, que muitas vezes é vista como menos prioritária diante dos torneios continentais. No entanto, Altman fez um alerta: os europeus costumam fazer "o necessário" para vencer. Ele citou o exemplo da final de 2012, quando o Corinthians precisou de uma atuação excepcional do goleiro Cássio para superar o Chelsea, ilustrando o altíssimo nível exigido nestas partidas.
Arrascaeta e o peso de entrar para a história
O debate também destacou o papel individual de Giorgian De Arrascaeta. Para Segalla, se o Flamengo levantar a taça, o uruguaio se consolidará como o segundo maior jogador da história do clube, atrás apenas de Zico. Seu desempenho decisivo na Libertadores, no Brasileirão e no caminho até a final – com dois gols e duas assistências nas vitórias sobre Cruz Azul e Pyramids – sustenta essa projeção.
O levantamento histórico exibido no programa mostrou que a Espanha lidera o ranking de títulos mundiais reconhecidos pela FIFA, seguida pelo Brasil, com dez conquistas. A ausência de países como a França na lista chamou a atenção, enquanto Flamengo, Santos, Corinthians, São Paulo, Grêmio e Internacional representam o país entre os campeões.
Palpites divergentes para a grande decisão
Na reta final da análise, os palpites dos comentaristas se dividiram. Amauri Segalla apostou na vitória do Flamengo, desde que o time consiga controlar o início da partida e leve um jogo equilibrado para o segundo tempo. Ele elogiou a organização coletiva, o meio-campo intenso e a coesão do elenco rubro-negro.
Já Fábio Altman projetou um triunfo do PSG, condicionado à concentração do time francês mesmo com as baixas, e ressaltou a força do comando técnico parisiense. Ele apontou alguma instabilidade defensiva como possível ponto frágil do Flamengo, mas reconheceu que se trata do melhor time montado pelo clube desde a era de Jorge Jesus.
Ambos concordaram, porém, que os indicadores econômicos e esportivos mostram que a distância entre os grandes clubes brasileiros e os europeus está diminuindo, tornando finais como esta cada vez mais disputadas e imprevisíveis.