Flamengo Tetracampeão da Libertadores 2025: A Conquista Histórica em Lima
Flamengo é tetracampeão da Libertadores 2025 em Lima

O Flamengo escreveu mais um capítulo glorioso de sua história ao conquistar o tetracampeonato da Copa Libertadores da América. A vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, no Estádio Monumental U, em Lima, no Peru, no dia 29 de novembro de 2025, coroou uma campanha épica e solidificou um laço místico do clube com a capital peruana.

Monumental: O Segundo Lar Rubro-Negro

Assim como em 2019, quando levantou a taça pela terceira vez, o Flamengo transformou o estádio peruano em sua fortaleza. O ambiente, marcado por calor, poeira e dificuldades logísticas, foi tomado pela torcida rubro-negra, que fez do local uma extensão da Gávea. A arquibancada de cimento do Monumental carrega agora uma magia indissociável do clube, testemunha de duas conquistas continentais inesquecíveis e complementares.

O jogo foi mais do que uma decisão por um título. Era a disputa pelo posto de maior campeão brasileiro da Libertadores, com uma vaga no Mundial de Clubes e no Supermundial em jogo. O Palmeiras apostou todas as fichas nesta final, praticamente abrindo mão do Campeonato Brasileiro, em uma estratégia de all in que não obteve sucesso.

Emoção, Memória e o Gol da Eternidade

Antes mesmo da bola rolar, um momento de profunda emoção tomou conta do Monumental. Aos dez minutos do primeiro tempo, seguindo um ritual estabelecido após uma tragédia, o estádio inteiro parou para cantar pelos "Garotos do Ninho". A melodia conhecida ecoou como um lamento e uma afirmação de memória, lembrando a todos que o Flamengo, mesmo acumulando taças, carrega cicatrizes e promessas interrompidas. Foi um minuto de lembrança coletiva que reforçou: nenhum título apaga a dor, mas cada vitória é também em sua homenagem.

O jogo em si foi de tensão máxima e romance policial. O Flamengo soube sofrer, se defender e controlar as emoções. E então, veio o lance decisivo. Aos 34 anos, Danilo, homem negro e flamenguista de coração, entrou para a história. Seu gol, mais do que decisivo, foi simbólico: representou a experiência, a raça e a trajetória de um jogador que se eternizou junto com o clube. A arquibancada explodiu em uma celebração catártica.

O Peso do Passado e a Virada de Página

Um dos dramas silenciosos da final tinha nome: Andreas Pereira. O jogador, que em 2019 cometeu um erro crucial atuando pelo Flamengo, agora defendia o Palmeiras. Ele foi, nas palavras do jornalista Matheus Leitão, "a pedra no meio do caminho entre 2019 e 2025". A imagem de Pereira abaixando a cabeça após o gol do Flamengo foi forte: o protagonista involuntário de uma dor antiga assistia o rubro-negro reescrever sua própria história, agora como adversário.

O apito final transformou o Estádio Monumental em um mar vermelho e negro. Gente chorando, desmaiando, ajoelhando e abraçando desconhecidos em um ritual coletivo de alívio e glória. Naquela celebração quase religiosa, a profecia de Nelson Rodrigues sobre a camisa do Flamengo como uma "bastilha inexpugnável" parecia mais viva do que nunca.

A experiência pessoal do jornalista Matheus Leitão, que viveu as duas finais em Lima, adiciona uma camada humana à narrativa. Em 2025, ele esteve acompanhado de sua companheira, Bianca, uma jornalista corintiana que cruzou um continente por amor para dividir aquele momento. Sua presença deu uma nova luz à experiência, eternizando um pedaço da vida pessoal junto com a memória esportiva.

P.S.: Apesar da festa, um fato do cotidiano brasileiro merece registro. O autor relata problemas com a Latam, que, mesmo com passagem comprada com meses de antecedência e tarifa cheia, cobrou um valor exorbitante para uma mudança de voo por motivo de trabalho. Procurada, a assessoria da empresa não se manifestou. Um lembrete de que, mesmo em meio à glória, as dificuldades comuns não dão trégua.