O mundo dos esportes de inverno testemunhou um marco histórico no último domingo, 16 de novembro de 2025, quando Lucas Pinheiro Braathen se tornou o primeiro atleta brasileiro a conquistar uma etapa da Copa do Mundo de esqui alpino. A vitória inédita, porém, rapidamente se transformou em um acalorado debate sobre identidade nacional e legitimidade esportiva.
A conquista histórica e a polêmica
Aos 25 anos, o esquiador de pai norueguês e mãe brasileira subiu ao lugar mais alto do pódio na etapa de slalom da Audi FIS World Cup, disputada em Levi, na Finlândia. Além do título histórico, Braathen recebeu como premiação uma rena viva e o equivalente a R$ 300 mil em dinheiro.
O que deveria ser motivo de celebração unânime rapidamente se tornou alvo de controvérsias nas redes sociais. Críticos questionaram a decisão do atleta de competir pelo Brasil, país que ele escolheu representar pouco mais de um ano antes desta conquista.
"Não é e nunca será brasileiro, e esportes de neve não são para o Brasil. Volte para a Noruega", escreveu uma usuária no X (antigo Twitter). Outra acrescentou: "Mudou de federação por causa de conflito com patrocinadores, não por amor ou orgulho do Brasil."
A defesa do atleta e suas raízes brasileiras
Enquanto as críticas ganhavam espaço, muitos internautas saíram em defesa do esquiador, destacando suas conexões genuínas com o Brasil. "Para quem está conhecendo agora: Lucas Pinheiro não é atleta comprado. Filho de mãe brasileira, e portanto cidadão brasileiro, sempre teve ligação com nossa cultura", argumentou um defensor.
Outro adicionou informações importantes sobre o histórico esportivo de Braathen: "Li que ele escolheu o Brasil porque não se classificaria na Noruega. Não é verdade. Lucas sempre foi considerado um dos atletas mais promissores do esqui alpino e integrou por anos a seleção norueguesa."
O simbolismo da conquista
No mesmo dia da vitória histórica, Lucas compartilhou em suas redes sociais uma imagem significativa: uma foto de quando era criança, vestindo orgulhosamente a camisa da Seleção Brasileira. O gesto pareceu ser uma resposta emocionada às críticas sobre sua identidade nacional.
A polêmica envolvendo Braathen reflete debates mais amplos sobre nacionalidade no esporte moderno, onde atletas com múltiplas heranças culturais frequentemente precisam defender suas escolhas e lealdades.
Independente das controvérsias, o fato permanece: Lucas Pinheiro Braathen escreveu seu nome na história do esporte brasileiro, abrindo caminho para que outros atletas possam sonhar em representar o Brasil mesmo em modalidades tradicionalmente associadas a outros países.