Brasil não passa de empate contra Tunísia em amistoso turbulento
A Seleção Brasileira encerrou sua sequência de amistosos do ano com um resultado decepcionante. Nesta terça-feira (18), a equipe comandada por Carlo Ancelotti empatou por 1 a 1 com a Tunísia no estádio Pierre Mauroy, em Lille, na França.
O ambiente no estádio de 50 mil lugares foi marcado por hostilidade, com a torcida tunisiana - composta pela numerosa comunidade de imigrantes e descendentes no país - criando um clima de pressão constante sobre os jogadores brasileiros.
Jogo marcado por protestos e incidentes
O confronto foi além das quatro linhas. Torcedores da Tunísia utilizaram sinalizadores vermelhos e bombas durante toda a partida, situação que incomodou tanto o técnico Ancelotti que ele chegou a reclamar de objetos arremessados em direção ao campo.
Além disso, seguindo um padrão observado em jogos de seleções de países árabes, bandeiras da Palestina foram exibidas pelas arquibancadas. Pouco antes do gol tunisiano, os torcedores entoaram um discreto coro de "Free Palestine" (Palestina Livre).
A Tunísia, que ocupa a 43ª posição no ranking da FIFA, abriu o placar aos 22 minutos do primeiro tempo. Em um contra-ataque rápido, o atacante Hazem Mastouri, do Dínamo Makhatchkala da Rússia, ficou frente a frente com o goleiro Bento e finalizou com precisão.
Reação brasileira e decisões polêmicas
O gol adversário despertou a equipe brasileira, que assumiu o controle do jogo. O empate só veio através de uma decisão do árbitro de vídeo, que marcou pênalti para o Brasil em cobrança de escanteio.
Estêvão, com apenas 18 anos e 6 meses, assumiu a responsabilidade e converteu a penalidade com a segurança de um veterano, igualando o marcador.
O lateral direito Wesley, da Roma, teve atuação complicada. Recebeu cartão amarelo com apenas oito minutos de jogo e no lance do gol tunisiano cometeu falta que poderia ter rendido o segundo amarelo, mas o árbitro francês Jérôme Brisard optou apenas por uma advertência verbal.
No intervalo, Ancelotti substituiu Wesley por Danilo, do Flamengo. Aos 12 minutos do segundo tempo, Éder Militão sofreu uma lesão e foi substituído por Fabrício Bruno.
O técnico italiano também promoveu mudanças no meio-campo, tirando Casemiro e Bruno Guimarães para colocar Fabinho e Lucas Paquetá.
Chance desperdiçada e agradecimentos divinos
A oportunidade mais clara de vitória do Brasil veio aos 32 minutos do segundo tempo, quando Lucas Paquetá teve a chance de marcar de pênalti, mas chutou por cima do gol.
A cena mais emblemática do final do jogo foi do goleiro tunisiano Aymen Dahmen, que se ajoelhou dentro da grande área para agradecer a Alá pela defesa que garantiu o empate.
O resultado mantém a oscilação de performance da Seleção Brasileira observada nos últimos amistosos. Na janela anterior, a equipe havia dominado a Coreia do Sul mas sofrido virada para o Japão. Na semana passada, vencera com autoridade o Senegal por 2 a 0 em Londres.
O amistoso contra a Tunísia encerra as atividades da Seleção Brasileira em 2025, deixando mais perguntas que respostas sobre o momento da equipe sob o comando de Carlo Ancelotti.