O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, esclareceu publicamente a polêmica decisão de trocar o cobrador de pênaltis durante o amistoso contra a Tunísia, realizado em Lille. O italiano explicou que a mudança entre Estêvão e Lucas Paquetá foi estratégica.
Decisão sobre os pênaltis
Na coletiva de imprensa após a partida, Ancelotti foi direto ao ponto: "Paquetá é o cobrador oficial de pênaltis. Quando surgiu a segunda penalidade, resolvi mudar porque pensei em aliviar a pressão sobre Estêvão, que já havia convertido o primeiro, e Paquetá geralmente executa muito bem".
O comandante ainda comentou sobre o momento da equipe nacional, revelando que a lista de convocados está quase definida, mas com espaço para mudanças. "Faltam alguns nomes, porém a relação está bastante completa. Temos dois amistosos pela frente nesta terça-feira (18), mas ainda restam seis meses de competições. Tudo pode acontecer considerando o calendário exigente e os altos riscos de lesões", ponderou.
Preparação para a Copa do Mundo
Ancelotti demonstrou confiança no trabalho que vem sendo desenvolvido. "Acredito que a equipe e o ambiente estão no caminho certo para atingir o máximo nível na Copa do Mundo. Tenho muita fé nestes jogadores, especialmente no clima que criamos. É um bom ambiente porque são profissionais, patrióticos e têm muito carinho pela camisa. Aspectos fundamentais".
Sobre os próximos passos, o técnico traçou o planejamento: "Agora aguardamos o sorteio do Mundial, que é importante para sabermos onde vamos atuar. Veremos o campo de treinamento nos Estados Unidos. Depois vem o Natal e então começaremos a observar. Até março, nossa função será observar. O Brasileiro termina, vem a Copa do Brasil - que nos interessa - e no próximo ano focaremos totalmente na Copa".
Análise tática do jogo
Sobre as dificuldades ofensivas contra a Tunísia, Ancelotti foi realista: "Sabíamos que a Tunísia teria características diferentes. Defenderam com bloco muito baixo. Para nós, fica mais complicado abrir espaços. O jogo começou mal, sofremos o gol, mas a equipe reagiu e poderia ter vencido. No segundo tempo, considerando as dificuldades, fizemos o que era necessário".
Questionado sobre possível preferência por jogadores atuando na Europa em detrimento dos que atuam no Brasil, o técnico foi enfático: "Não vejo onde o jogador atua. Avalio se ele é bom para a equipe, se ajuda o coletivo. A equipe está melhor do que antes destes dois jogos. Aprendemos muito e tivemos uma boa lição para enfrentarmos equipes com bloco baixo".
Ancelotti também avaliou positivamente a data FIFA: "Foram duas semanas muito produtivas contra equipes de características distintas. Uma mais aberta e outra com marcação acirrada e bloco baixo. Tivemos mais oportunidades no primeiro jogo do que no segundo".
O técnico ainda explicou a opção por usar mais zagueiros: "A entrada de Danilo manteve a linha de quatro sem a bola e com a bola tínhamos uma saída de três, além de Casemiro, colocando cinco jogadores na frente: Estêvão, Bruno, Vitor, Rodrygo, Vinícius e Caio. Funcionou bem, já jogamos com três zagueiros contra Senegal e isso muda bastante".
Sobre a queda de rendimento entre os jogos, Ancelotti foi compreensivo: "É algo que estamos analisando. O último jogo antes dos jogadores voltarem aos clubes é difícil de preparar. O segundo jogo realmente importante foi contra o Paraguai, em junho. Depois, tivemos lesões e reduzimos a intensidade".
Finalmente, o técnico refletiu sobre sua conexão com o Brasil, mencionando que futebol, religião e polenta são elementos que o unem ao país, comentando ainda sobre adaptação, rotina entre continentes e expectativas pelo hexacampeonato mundial.